Correção: o desembargador gaúcho Ricardo Torres Hermann recebeu dois votos no primeiro escrutínio para a formação da lista quádrupla e, portanto, não terminou sem nenhum voto como foi publicado entre as 17h20min de 23/08/2023 e 19h33min de 24/08/2023. O texto foi corrigido.
Fracassou a articulação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) para emplacar um gaúcho em um dos assentos vagos no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sem padrinho para chamar de seu nas altas cortes da República, o desembargador Ricardo Torres Hermann, representante do TJ-RS, recebeu apenas dois votos para a indicação a ministro do STJ.
Em votação realizada nesta quarta-feira (23), o Pleno do STJ elegeu quatro desembargadores para formar a lista quádrupla que será enviada ao presidente Lula. Caberá ao petista indicar os nomes de dois novos ministros do STJ no lugar do gaúcho Paulo de Tarso Sanseverino, que morreu em abril, e do catarinense Jorge Mussi, que se aposentou em dezembro de 2022.
Os eleitos para a lista quádrupla foram Carlos Vieira von Adamek (TJ-SP), José Afranio Vilela (TJ-MG), Elton Leme (TJ-RJ) e Teodoro Silva Santos (TJ-CE). Adamek, o mais votado no primeiro escrutínio, é apadrinhado do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Há ainda uma terceira vaga aberta no STJ, destinada à advocacia, em razão da aposentadoria do ministro Felix Fischer.
Um dos reflexos da lista quádrupla é a diminuição do número de gaúchos nas cortes superiores. Dos atuais ministros do STJ, apenas Fátima Nancy Andrighi nasceu no Rio Grande do Sul, mas a fez carreira fora do Estado e chegou à corte como desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
No STF, que já teve a presença de Paulo Brossard, Nelson Jobim e Eros Grau, e de ministros que não nasceram em território gaúcho, mas ganharam destaque atuando no Estado, como Teori Zavascki e Ellen Gracie, pode-se dizer que hoje a única gaúcha é a atual presidente, ministra Rosa Weber, que se aposenta em setembro.
Rosa nasceu em Porto Alegre e fez carreira no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Em 2005, foi indicada por Lula para uma cadeira no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Em 2011, chegou ao STF por escolha da então presidente Dilma Rousseff.
Por enquanto, não há nenhum sinal concreto de que Rosa possa ser substituída por jurista gaúcho ou gaúcha. A escolha também caberá a Lula.
O ministro Luiz Edson Fachin nasceu em Rondinha, no Norte do RS, mas desempenhou a maioria das atividades no Paraná como advogado, procurador do Estado e professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR).