A suspensão temporária da implantação do Novo Ensino Médio, pelo Ministério da Educação, não terá impacto nas escolas públicas e particulares do Rio Grande do Sul. É com essa frase que a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, tranquiliza professores, pais e alunos do Ensino Médio, preocupados com uma possível marcha a ré, pela decisão do MEC. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, nesta quinta-feira (6), Raquel disse que o Novo Ensino Médio começou a ser implementado em 2022 e segue neste ano, sem risco de interrupção.
O problema, diz a secretária, é que no Brasil faltou coordenação do MEC nos quatro anos do governo de Jair Bolsonaro. Cada Estado preparou a mudança como achou que deveria. O resultado é que hoje cada unidade da federação trabalha com um modelo na oferta dos chamados “itinerários formativos”, também chamados de trilhas. Em “pedagoguês”, vem a ser a parte flexível do currículo, que o aluno escolhe com base no que deseja para seu futuro.
O Rio Grande do Sul tem 28 trilhas que os alunos podem escolher - do empreendedorismo à iniciação científica, por exemplo. Claro que nem todas as escolas oferecem todas as trilhas, principalmente no Interior, e os alunos precisam se enquadrar à que melhor conversa com seu projeto de vida. O Distrito Federal tem mais de 600, o que dá ideia da disparidade entre os Estados e explica a opção do MEC por uma parada estratégica. O ministro Camilo Santana já disse que não pensa em revogar a lei e o presidente Lula reafirmou que isso não vai acontecer.
A despeito do barulho feito por alunos e professores que discordam do novo modelo, a secretária da Educação avalia que a aceitação está acima do esperado. Para colocar de pé o Novo Ensino Médio, novos professores foram contratados e os antigos receberam treinamento.
A grande dúvida é em relação ao Enem de 2024, já que o de 2023 seguirá o modelo anterior, com provas iguais para todo. Como a implantação começou em 2022, só em 2024 se terá a primeira turma formada de acordo com a lei aprovada em 2017.
Aliás
Ninguém pode garantir que o Novo Ensino Médio, organizado por áreas do conhecimento, conseguirá levantar a régua da aprendizagem ou evitar a evasão escolar, mas os especialistas convergem em um ponto: não dá para retroceder a um modelo em que os adolescentes saem sem saber o básico de matemática e língua portuguesa.
Para melhorar a educação
Será no dia 28 de abril, em Marau, terra do presidente Vilmar Zanchin, o primeiro dos nove encontros regionais promovidos pela Assembleia Legislativa para discutir formas de melhorar a educação no Rio Grande do Sul.
Nos encontros, o turno da manhã será reservado à discussão de temas exclusivos da educação. À tarde, os deputados terão audiências sobre desenvolvimento regional.
Ao final da série de encontros, Zanchin quer propor medidas concretas, inspirando-se no que deu certo em outros Estados, como Ceará, Pernambuco e Espírito Santo. A educação foi escolhida pelo deputado como prioridade de seu mandato na presidência da Assembleia.