Em dois encontros que teve com deputados estaduais nesta terça-feira (14), o governador Eduardo Leite avisou que vai encaminhar nas próximas semanas à Assembleia Legislativa os primeiros projetos de lei de seu segundo governo. Leite não deu detalhes, mas uma das propostas da lista deverá ser a reestruturação do IPE Saúde, plano que atende os servidores estaduais e seus dependentes.
— Novas mudanças estruturais se farão necessárias para adequar a administração pública aos novos tempos, ao novo contexto social e às novas circunstâncias fiscais— apontou o governador, em discurso na tribuna da Assembleia.
Tanto nesse pronunciamento, agendado por ocasião da entrega da mensagem anual do governo ao Legislativo, quanto mais cedo, no café da manhã com deputados aliados e independentes no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, a situação fiscal do Estado foi o assunto principal das explanações de Leite. Na reunião matutina, a secretária da Fazenda, Pricilla Santana, chegou a mostrar uma apresentação aos deputados a respeito do cenário atual das contas do governo.
Nos dois encontros, o governador disparou críticas ao corte do ICMS nos combustíveis, aprovado no ano passado pelo Congresso Nacional, que retirou cerca de R$ 5,5 bilhões de receita do Estado.
—Uma canetada em nível federal rasurou o imenso esforço fiscal pelo equilíbrio das nossas contas feito nos últimos anos no Rio Grande do Sul —reclamou.
A insistência no tema acendeu o alerta em alguns deputados de que o Piratini tente encaminhar alguma proposta de majoração de impostos para cobrir o rombo. Até aqui, no entanto, Leite tem apostado as fichas no diálogo com a União para obter a compensação das perdas com a redução na arrecadação.
Aos deputados, Leite ainda prometeu reproduzir o modelo de articulação política do primeiro mandato, com a condução do chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, e do líder do governo, Frederico Antunes (PP). Neste governo, a dupla ganhará o reforço do vice-governador Gabriel Souza (MDB), ex-presidente da Assembleia, de reconhecida habilidade política.
O governador ressaltou que, durante as negociações, o governo vai "ceder quando necessário" e avançar "sempre que possível".