Depois de retornar do período de descanso na Bahia, o governador reeleito Eduardo Leite (PSDB) deve procurar o PP estadual na próxima semana para tratar do futuro governo. A expectativa é de que o tucano faça o convite oficial aos progressistas para integrar a base aliada na Assembleia Legislativa.
A adesão do PP é considerada fundamental para os planos do futuro governo, uma vez que o partido elegeu sete deputados em outubro e poderá se tornar a maior legenda da base. O PSDB terá cinco parlamentares a partir de 2023, enquanto o MDB do vice Gabriel Souza terá seis.
No segundo turno das eleições, após a derrota de Luis Carlos Heinze, com 4,28% dos votos válidos, o PP se dividiu entre Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni (PL). Oficialmente, os progressistas declararam apoio a Onyx, mas um grupo de deputados e prefeitos ficou ao lado de Leite. São os casos dos deputados estaduais Frederico Antunes e Silvana Covatti, do deputado federal Covatti Filho e do ex-secretário-chefe da Casa Civil Otomar Vivian. Frederico foi líder do governo Leite, enquanto Silvana, Covatti Filho e Otomar foram secretários.
Se o convite for oficializado por Leite já na próxima semana, a expectativa é de que o PP aceite integrar a base governista. A avaliação é de que, apesar de a maioria da futura bancada progressista ter declarado apoio a Onyx no segundo turno, os deputados devem ter diálogo aberto com o Piratini.
O presidente estadual do PP, Celso Bernardi, já avisou dias após o resultado das eleições que uma eventual adesão ao governo dependerá de uma conversa com toda a bancada, não apenas com os correligionários que apoiaram Leite no segundo turno.
Artur Lemos na articulação política
Além da coordenação técnica, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, irá acumular a articulação política da transição de governo na próxima semana. Lemos assume a função no período em que Gabriel Souza estará na Inglaterra para um curso de gestão pública da Fundação Lemann, entre os dias 23 e 28.
O acúmulo de funções é facilitado pela continuidade entre o governo que finda e o que tomará posse em 2023. Na prática, Artur já é responsável pela articulação política do Piratini desde o ano passado, quando assumiu a Casa Civil. Ele é um dos secretários cotados para permanecer no próximo governo.