Deputados, prefeitos, dirigentes e militantes do PP lotaram o auditório principal da sede do partido, em Porto Alegre, para recepcionar o candidato a governador Onyx Lorenzoni (PL) na manhã desta segunda-feira (10). No ato, Onyx recebeu oficialmente o apoio da legenda no segundo turno, que foi aprovado pelo diretório na semana passada.
Embora o PP tenha participado da gestão de Eduardo Leite (PSDB), inclusive indicando secretários, prevaleceu como posição institucional o suporte ao candidato do PL, em razão do alinhamento à candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PL).
No ato que referendou a adesão, Onyx recebeu uma cópia do plano de governo apresentado pelo senador Luis Carlos Heinze, candidato do PP ao Palácio Piratini derrotado no primeiro turno.
Coordenador do plano de Heinze, o prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal (PP), pediu ao candidato do PL atenção a cinco pontos específicos do documento: qualificar a educação com foco na recuperação da aprendizagem; reorganizar serviços hospitalares mediante parceria com o setor privado; intensificar a qualificação da infraestrutura; criar um programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar para distribuir a famílias carentes; e reduzir o ICMS, em ação combinada com a criação de incentivos para irrigação e armazenamento de água e ações voltadas à liberdade econômica.
O candidato do PL assentiu com as proposições e confirmou que, caso eleito, os progressistas terão participação destacada no seu governo.
— O PP tem quadros de grande qualidade, históricos no Rio Grande do Sul, e também uma nova geração de muito talento. Vamos escolher pelo talento, pela aptidão e pela capacidade de responder em cada área — afirmou Onyx.
Antes, em discurso de pouco mais de 11 minutos, ele anunciou um gesto para consolidar a parceria com o PP: prometeu que subirá as escadas do Piratini ao lado de integrantes do partido em caso de vitória na eleição.
— Vou fazer o seguinte convite: 40 anos depois, a direita gaúcha vai chegar ao Palácio, e faço questão de subir ao teu lado, Jair Soares — declarou, dirigindo-se ao ex-governador, que estava presente no evento.
Primeiro governador eleito desde a redemocratização, Soares, 88 anos, foi um dos defensores do apoio do PP a Onyx no turno decisivo. Ele foi eleito em 1982 e administrou o Estado entre 1983 e 1987.
O presidente do PP, Celso Bernardi, disse que o partido decidiu pelo apoio a Onyx por "coerência doutrinária".
— Somos um partido de direita, conservador, defendemos a liberdade, a democracia, a propriedade privada e a família — justificou.
Participaram do evento deputados atuais e eleitos pelo PP e pelo PL, além de Tanise Sabino (PTB), que concorreu a vice na chapa de Heinze.
PDT mais distante
Questionado sobre uma possível negociação com o PDT para o segundo turno, Onyx disse que está priorizando contatos com partidos que tenham semelhança ideológica com sua proposta, mas ressaltou que tem amizade com integrantes da sigla, como o ex-deputado Vieira da Cunha, que concorreu a governador neste ano.
Na semana passada, os trabalhistas aprovaram indicativo de apoio a Eduardo Leite, sob a condição de que ele dê atenção à área da educação e não leve adiante a privatização do Banrisul.
No entanto, o prefeito de Guaíba, Marcelo Maranata, indicou apoio ao candidato do PL. A vice dele, Cláudia Jardim, concorre a vice-governadora na chapa de Onyx.
— Respeito o PDT nas suas posturas nacionais. Estamos aproximando aqueles que são semelhantes do ponto de vista do campo ideológico. Mas a gente tem amigos em vários partidos e temos de aguardar a evolução de cada um deles — disse Onyx.