O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O deputado federal reeleito Giovani Cherini reassumirá a presidência do Partido Liberal (PL) no Rio Grande do Sul na próxima terça-feira (22). Desde março, a legenda era comandada no Estado pelo ex-ministro e candidato derrotado a governador Onyx Lorenzoni. Com o encerramento do período eleitoral, Cherini volta a presidir a agremiação de Valdemar Costa Neto.
— Nossas bandeiras continuam as mesmas: Deus, Pátria, família e liberdade — diz Cherini.
O crescimento do PL no Rio Grande do Sul antecede a filiação de Jair Bolsonaro à sigla, em novembro de 2021, e coincide com a chegada de Cherini ao partido, em 2016, após ter sido expulso do PDT por votar a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Na época, o PL ainda se chamava Partido da República (PR) e tinha apenas um deputado estadual (Missionário Volnei) e nenhum federal eleito pelo Estado.
O movimento de ascensão da sigla começa a se tornar notável a partir de 2018, quando o partido elegeu dois deputados estaduais (Paparico Bacchi e Airton Lima) e um federal (o próprio Cherini). Nas eleições gerais deste ano, turbinada pelo bolsonarismo, a legenda saltou para cinco assentos na Assembleia Legislativa e quatro na Câmara dos Deputados.
O crescimento também é observado nas eleições municipais. Sem qualquer prefeito eleito em 2016, o partido alcançou 10 prefeituras em 2020.
A meta do PL é apresentar candidatos a prefeito nos 60 maiores municípios do Estado. Em Porto Alegre, o vice-prefeito Ricardo Gomes é filiado ao PL. A tendência é de que Sebastião Melo (MDB) e Gomes (PL) repitam a aliança em 2024.
Oposição a Lula
Em nível nacional, o PL será oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Estado, o posicionamento do partido ainda não está definido. Cherini diz que ainda não foi procurado pelo governador eleito Eduardo Leite (PSDB) após as eleições.