Conhecidos os vencedores nas urnas e iniciada a transição de governo, é natural que a fase seguinte seja a de negociações sobre os nomes que irão compor o secretariado do governador eleito Eduardo Leite (PSDB). Oficialmente, Leite e o vice Gabriel Souza (MDB), encarregado da coordenação política, não falam em indicações e dizem que o momento é de discutir os eixos prioritários para o novo governo. Do outro lado, no entanto, os partidos aliados já fazem as suas apostas para o primeiro escalão.
O primeiro fator que precisa ser considerado na montagem do secretariado é a lógica de continuidade entre o governo que finda e o que toma posse em 2023, uma vez que Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) era vice de Leite até março e manteve a aliança construída pelo tucano.
Por isso, pelo menos sete secretários são cotados para permanecer no segundo mandato, mesmo que mudem de função. São os casos de Arita Bergmann (Saúde), Artur Lemos (Casa Civil), Beatriz Araújo (Cultura), Cláudio Gastal (Planejamento), Leonardo Busato (Fazenda), Mauro Hauschild (Justiça e Sistema Penal) e Raquel Teixeira (Educação).
Bem avaliada por Leite, Raquel deverá se dedicar exclusivamente à área pedagógica na nova gestão. Já a execução de reparos em escolas que enfrentam problemas como infiltrações e falhas na rede elétrica tende a ser concentrada em um setor da Secretaria de Obras. Outra possibilidade é que seja criada uma estrutura dentro da Secretaria da Educação para tratar do tema.
É senso comum entre os aliados de Leite que a execução de reparos nos colégios estaduais deixou a desejar no primeiro mandato e que, agora, é necessário agilizar as intervenções de maior vulto nos prédios danificados. Entre janeiro de 2019 e março deste ano, a pasta de Obras foi comandada pelo ex-deputado José Stédile, do PSB, que deixou o cargo para concorrer à Assembleia. Desde então, a secretaria é chefiada pelo ex-prefeito de Nova Prata Volnei Minozzo, filiado ao União Brasil. O partido já demonstra a intenção de permanecer com a titularidade da pasta.
Maior partido da coalização, o MDB é presença certa no primeiro escalão. Primeiro deputado a declarar apoio a Leite, Juvir Costella só não será secretário porque prefere presidir a Assembleia. O nome mais cotado da bancada estadual do MDB para o secretariado é o de Vilmar Zanchin.
Outro aliado de primeira hora, o Podemos aposta na indicação do deputado federal não reeleito Maurício Dziedricki para compor o secretariado.
ALIÁS
Partidos que embarcaram na aliança no segundo turno, PDT, PSB e Solidariedade devem participar da transição de governo. Ao receber o apoio dos trabalhistas, Leite se comprometeu em implementar o ensino de turno integral em 50% das escolas estaduais até 2026. O PSD, que já estava na aliança desde o primeiro turno, também participa das conversas.
Comando do PSDB
O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, reforçou na quarta-feira (9) o convite a Eduardo Leite para que assuma o comando do ninho tucano. À coluna, Araújo disse que Leite é “a mais importante aposta” da nova geração na vida pública nacional e avaliou que a missão dele será “rejuvenescer e modernizar a legenda”. Leite ainda não respondeu se aceitará o convite.