Funcionou a estratégia do general Hamilton Mourão (Republicanos) de trabalhar pelo voto útil dos eleitores de direita com o argumento de que era ele e não Ana Amélia Lemos (PSD) o candidato capaz de tirar Olívio Dutra (PT) do páreo. Ao convencer a candidata Comandante Nádia (PP) a desistir da candidatura às vésperas da eleição, Mourão conseguiu, mais do que os votos dela, a adesão de deputados do PP, que mobilizaram suas redes em favor do general.
Nas últimas pesquisas, Mourão estava tecnicamente empatado com Ana Amélia, enquanto Olívio se mantinha na liderança isolada. Candidato pelo Republicanos, o general colou sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro (PL) e passou uma borracha nas divergências que marcaram o relacionamento entre os dois, nos primeiros três anos de governo.
Mourão começou a campanha atrás de Ana Amélia, mas cresceu nas pesquisas seguintes. Ao perceber que os dois poderiam perder para Olívio, investiu em duas frentes: tirar Nádia da disputa e desidratar Ana Amélia. Orientado por sua equipe de marketing, o general usou estratégias que, certamente, não aprendeu na caserna: atacou a ex-senadora com acusações já desmentidas e deu causa à concessão de direitos de resposta pela Justiça Eleitoral.
Os adversários tentaram tirar votos do vice-presidente usando o argumento de que suas ligações com o Rio Grande do Sul são frágeis, já que nasceu aqui mas passou a maior parte de sua vida em outros Estados. Até o fato de torcer para o Flamengo foi usado contra ele, mas não produziu efeito.