O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) decidiu manter o Pros na coligação encabeçada por Onyx Lorenzoni, candidato a governador pelo PL. Por unanimidade, os desembargadores do Pleno do TRE entenderam que a convenção estadual do Pros, realizada em 22 de julho e que declarou apoio ao ex-ministro bolsonarista, foi válida e permanece em vigor.
Conforme o advogado Roger Fischer, que representa a coligação "Para Defender e Transformar o Rio Grande", o resultado prático da decisão é que os oito segundos de propaganda de rádio e TV que cabem à agremiação seguirão contando para a campanha de Onyx.
O imbróglio é motivado pela disputa de poder na cúpula do Pros, judicializada nos últimos meses. A ala lulista do partido, liderada por Eurípedes Júnior, retomou o diretório nacional da legenda, decidiu apoiar o ex-presidente Lula (PT) na corrida ao Planalto e interferiu em diretórios estaduais que tivessem indicado apoio a candidatos bolsonaristas — como é o caso do Rio Grande do Sul. Em documento de 19 de agosto, Eurípedes anulou a convenção do Pros que apoiou Onyx, destituiu a antiga comissão provisória e nomeou o ex-vereador Juliano Marinho para presidir a sigla no Estado.
Sob novo comando, a vontade do Pros estadual era de se afastar dos apoiadores de Jair Bolsonaro. Para tanto, Marinho ingressou com ação no TRE para retirar o apoio a Onyx. No entanto, no julgamento desta quinta-feira (1º), os desembargadores do Pleno decidiram que a decisão anterior de apoiar Onyx continua válida, uma vez que a mudança no comando do Pros gaúcho não tem o reconhecimento da Justiça Eleitoral.
Marinho afirmou à coluna que está aguardando o teor completo da decisão e que o partido deverá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).