O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Após reviravolta judicial que mudou de mãos o comando do diretório nacional do Pros, o partido irá retirar o apoio ao candidato a governador pelo PL, Onyx Lorenzoni. A decisão será formalizada à Justiça Eleitoral até a quarta-feira (24).
O novo presidente designado para comandar a legenda de forma provisória no Rio Grande do Sul é Juliano Marinho, ex-vereador de Alvorada e candidato a prefeito em 2020 pelo PSD. Antes, Marinho havia sido expulso do PT por desentendimentos com o grupo da deputada Stela Farias.
— O partido havia sido tomado por pessoas relacionadas ao bolsonarismo. Assumiram o partido de uma hora para outra sem nenhum tipo de identidade. Não reconheceremos nenhum candidato ligado ao bolsonarismo — avisa Marinho.
O Pros vinha sendo presidido por João Batista Souza no RS, que é candidato a deputado federal pelo partido. Conforme Marinho, o Pros deverá apoiar Edegar Pretto (PT), Roberto Argenta (PSC) ou Vicente Bogo (PSB) ao governo do Estado. Há aliados que defendem o apoio a Eduardo Leite (PSDB).
Dono de 8 segundos de tempo de propaganda eleitoral gratuita em rede, o Pros está alinhado nacionalmente ao ex-presidente Lula. O plano inicial da direção do partido era indicar o coach motivacional Pablo Marçal ao Planalto, o que chegou a ser formalizado em convenção. Com a nova decisão judicial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que devolveu a presidência do partido a Eurípedes Júnior, integrante da ala lulista da legenda, o Pros decidiu abandonar Marçal e apoiar o ex-presidente petista já no primeiro turno.
— Nacionalmente estamos com o Lula. Vamos acompanhar essa decisão. E aqui vamos abrir diálogo com alguns partidos. Nosso jurídico entende que dá tempo (de retirar o apoio a Onyx), as candidaturas ainda não foram homologadas — explica Marinho.
No Rio Grande do Sul, o Pros registrou nove candidatos a deputado federal e nenhum a estadual. Com a troca da direção nacional, a convenção estadual do partido realizada em 22 de julho é considerada nula e a nova direção ficará responsável por definir o rumo nas eleições. O certo é que a legenda não irá manter candidaturas alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.
Se a nova direção do Pros repele o bolsonarismo, também é verdade que havia desconforto entre aliados de Onyx pelo apoio recebido de um partido que decidiu se alinhar a Lula. Um dos que manifestaram publicamente a insatisfação foi o deputado Bibo Nunes (PL).
A expectativa de Marinho é definir o apoio a um candidato ao Piratini até a próxima sexta-feira (26).
Procurado, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) informou à coluna que a retirada do apoio a Onyx ainda não foi submetida à análise da Justiça Eleitoral e diz que a decisão "poderá ser objeto de análise jurídica dentro de seu contexto" e que "qualquer análise prévia seria precipitada".