Em busca de votos no interior e nas cidades grandes, o PP reuniu nesta quarta-feira (31) prefeitos, deputados e vereadores do partido para um almoço na Expointer como forma de mobilizar seus militantes e reforçar as candidaturas de Luis Carlos Heinze ao Piratini e da Comandante Nádia ao Senado. O principal trunfo dos progressistas pelos próximos 30 dias, que antecedem o primeiro turno, é o expressivo número de cabos eleitorais com mandato. São cerca de 1,5 mil prefeitos, vices e vereadores do PP espalhados pelos 497 municípios do Estado.
— Tenho convicção de que os prefeitos estão apoiando a candidatura da Comandante Nádia, uma mulher de fibra e coragem que conhece e pisa no chão dos municípios e irá ser a verdadeira senadora dos municípios — aposta o presidente da Associação dos Prefeitos e Vices do PP, Helton Barreto, prefeito de General Câmara.
Empolgada com a mobilização dos líderes partidários, Nádia aposta na marca municipalista e na capilaridade do PP para vencer a eleição. A vereadora lembra que ela própria manteve contato direto com 11 prefeitos na época em que comandou o 40º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com sede em Estrela, no Vale do Taquari.
— É um verdadeiro time jogando em campo. Fizemos essa mobilização para fazer a busca e o convencimento pelo voto. Eu venho da Brigada Militar, sempre estive próxima das pessoas e dos prefeitos — diz a candidata.
Nádia disputará a preferência do eleitor conservador com a jornalista Ana Amélia Lemos (PSD) e o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), tendo como principal oponente na esquerda o ex-governador Olívio Dutra (PT). Nesta quarta-feira, Ana Amélia afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que votará em Jair Bolsonaro, sem especificar se será já no primeiro ou em eventual segundo turno.
Questionada pela coluna sobre a divisão do eleitorado bolsonarista com Ana Amélia e Mourão na disputa, Nádia responde que nenhum candidato "é mais de direita" do que ela.
— Em 2018 erramos muito ao votar em pessoas que tiravam fotos ao lado de Bolsonaro com arminha, se elegaram e, depois de eleitos, traíram Bolsonaro. Precisamos ver se esse alinhamento com as ideias de Bolsonaro, contra o passaporte vacinal, contra o aborto, é algo que está acontecendo agora ou se aconteceu sempre ao longo da trajetória. Nunca me reuni com Barroso (ministro Luis Roberto Barrroso) em agenda secreta — alfineta Nádia em referência a Mourão.
Em quarto lugar nas pesquisas, a vereadora de Porto Alegre diz que não acredita nas sondagens e, por isso, refuta a tese de "voto útil" defendida por representantes do agronegócio para evitar a vitória de Olívio. Como na pesquisa do Ipec Ana Amelia apareceu tecnicamente empatada com Olívio, adversários do PT sugerem que a direita se una em torno de um dos candidatos.
— Não acredito que Olívio e Ana Amélia estejam empatados tecnicamente. Sou contra pesquisas em época de eleição. Não condizem com a realidade e confundem o eleitor _ diz Nádia.
TRE julga tempo do Pros
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) julgará nesta quinta-feira (1º) o pedido do Pros para retirar o apoio do partido ao candidato a governador pelo PL, Onyx Lorenzoni. Os sete desembargadores do Pleno do TRE irão decidir se os oito segundos do tempo do Pros na propaganda de rádio e TV permanecerão ou não com Onyx.
Inicialmente, o partido havia indicado apoio ao candidato bolsonarista no Rio Grande do Sul. No entanto, após uma série de reviravoltas judiciais, a ala lulista do Pros voltou a controlar o diretório nacional da sigla, anulando a convenção que declarou apoio a Onyx no Estado.
— Nossa vontade é de que os nossos segundos não sirvam de palanque para as candidaturas que ameaçam a democracia — diz Juliano Marinho, presidente provisório do Pros no RS.