Em despachos assinados por diferentes magistrados, a Justiça Eleitoral mandou retirar outdoors com a imagem do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) em quatro municípios do interior do Rio Grande do Sul. As instalações são consideradas propaganda irregular, uma vez que a legislação proíbe a divulgação de candidatos por meio de outdoors no período que antecede as eleições.
O presidente estadual do PCdoB, Juliano Roso, é autor de três das quatro ações pedindo a retirada do material publicitário. Os outdoors com mensagens de apoio a Bolsonaro vetados pela Justiça Eleitoral a pedido de Roso estão localizados em Getúlio Vargas, Pontão e Sertão, municípios do Norte do Estado.
Nos três casos, o prazo para que as imagens do presidente sejam retiradas é de 48 horas. Como as decisões são de quarta-feira (31), as ordens judiciais devem ser cumpridas até esta sexta-feira (2).
Em Getúlio Vargas e Sertão, a multa em caso de descumprimento vai de R$ 5 mil a R$ 15 mil.
— Além de retirar os outdoors, queremos saber quem colocou e quem pagou por eles — diz Roso, que já ingressou com novas ações para pedir a retirada de material semelhante em Alegrete, Catuípe, Ijuí, Lagoa Vermelha, Santa Rosa e Vacaria.
A quarta ação por propaganda irregular foi proposta pelo deputado estadual Fernando Marroni (PT), que pediu a remoção de um outdoor localizado às margens da BR-116, em Pelotas, na Região Sul. Na decisão desta quinta-feira (1º) em que acolheu o pedido de forma parcial, a juíza Maria da Glória Fresteiro Barbosa, da 34ª Zona Eleitoral de Pelotas, determinou que a peça publicitária seja removida em até 24 horas, "sob pena de retirada compulsória". O prazo também expira na sexta-feira.
Na Expointer, Bolsonaro é pop
Desde 2018, quando esteve na Expointer na condição de candidato, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sabe que, no agro, ele é pop. Naquele ano, nenhum dos adversários teve recepção minimamente parecida com a do então candidato do PSL.
Em 2021, com a Expointer em modelo híbrido, Bolsonaro visitou a feira e almoçou na Farsul. No caminho, foi ovacionado com gritos de “mito, mito” e pedidos para tirar fotos.
Neste ano, o presidente deverá ser ainda mais paparicado pelos produtores rurais, pela afinidade ideológica, pela aprovação do setor ao trabalho da ex-ministra Tereza Cristina e pelo repúdio à declaração do ex-presidente Lula de que “o agronegócio é direitista e fascista”.