Passava das 22h de quinta-feira (4) quando o União Brasil, depois de dias de intensas discussões, bateu o martelo pela aliança com o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), já aprovada em convenção. Coube ao presidente estadual do partido, Luiz Carlos Busato, anunciar a decisão em uma transmissão ao vivo pela internet.
Era o fim de uma novela que se arrastava desde a semana passada, quando o União Brasil ameaçou rever o que havia sido aprovado na convenção se Leite não garantisse a vaga de candidato a vice-governador.
Pressionado pela direção nacional, Busato postou uma manifestação nas redes sociais na sexta-feira passada, reivindicando a vaga de vice e dizendo que o partido poderia tomar outro rumo se Leite optasse por outro nome. No dia seguinte — por escassos 27 votos de vantagem —, o MDB aprovou a aliança com o PSDB e, no mesmo dia, Gabriel Souza foi confirmado como vice da chapa.
O candidato do PL, Onyx Lorenzoni, identificou ali uma possibilidade de atrair o União Brasil e ofereceu a vaga de vice, que está em aberto até agora. Parte do União balançou, outra resistiu. Os deputados e os principais candidatos à Assembleia e à Câmara preferiam seguir com Leite, mas a direção nacional mantinha a negociação com os dois, com sucessivas reuniões em Brasília.
Nessa quinta-feira, o centro de decisões se transferiu para São Paulo, com a participação do presidente Luciano Bivar, do vice Antônio Rueda, de Busato e outros líderes. Na decisão em favor de Leite pesou (e muito) a opinião do candidato do União ao governo da Bahia, ACM Neto, desafeto de Onyx.
ACM Neto não perdoa a forma estrepitosa como Onyx resistiu à fusão que deu origem ao União Brasil, saiu atacando os companheiros e assinou ficha no PL, acompanhando o presidente Jair Bolsonaro.
A decisão anunciada pouco antes da meia-noite não garante que o partido estará unido, mas, assim como no caso do MDB, assegura o que Leite mais precisa numa campanha curta como esta: tempo de rádio e TV. Assim que Busato anunciou a decisão, Leite foi para o Twitter agradecer.
"Muito obrigado ao União Brasil pelo apoio construído com muito dialogo em favor de projeto que pensa no RS e não em vaidades pessoais. Partimos com conjunto de forças políticas que nos dará tração e velocidade para novo ciclo de governo de mais transformações para os gaúchos", escreveu.
