O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Dono da maior fatia do tempo de propaganda eleitoral em rádio e televisão, o União Brasil deixou para esta sexta-feira (5) o anúncio sobre quem apoiará na eleição ao governo do Rio Grande do Sul. A data marca o fim do prazo legal para a deliberação dos partidos a respeito de alianças e candidaturas proporcionais.
Embora a convenção tenha decidido pelo apoio a Eduardo Leite (PSDB), também autorizou a executiva estadual a dar a palavra final sobre a coligação. Pressionado pela direção nacional a exigir a indicação do candidato a vice, o presidente regional, Luiz Carlos Busato, pode mudar o rumo da legenda e fechar aliança com Onyx Lorenzoni (PL).
Nesta quinta-feira (4), Onyx e correligionários passaram a tarde reunidos com Busato na sede do União, em Porto Alegre. Ao final do encontro, o ex-prefeito de Canoas optou pelo silêncio e informou, via assessoria, que a decisão derradeira seria tomada apenas no dia seguinte.
Vice-presidente do PL estadual, o deputado Giovani Cherini participou da maior parte da reunião e disse acreditar que a aliança está "90% definida".
Caso a coligação seja consumada, o União Brasil indicará o vice na chapa de Onyx. O nome não será o de Busato, que chegou a ser cotado para ser companheiro de chapa de Leite mas está decidido a concorrer a deputado federal. Integrantes do PL demonstram preferência pela indicação de uma mulher.
Uma das postulantes seria a ex-vereadora de Farroupilha Glória Menegotto, que está em pré-campanha para deputada federal. À coluna, Glória admitiu que foi sondada para a vaga e que torce pela aliança com o Onyx, mas ressaltou que nada está decidido:
— Estou no partido e, como soldado, vou me adequar ao que o partido decidir.
Enquanto isso, Leite está em São Paulo, onde tenta convencer o comando nacional do União Brasil a manter a coligação com o PSDB mesmo sem indicar o vice - vaga reservada a Gabriel Souza (MDB).
De acordo com um aliado de Leite, o ex-governador tem frisado que garantirá palanque à candidata presidencial do União Brasil, Soraya Thronicke, enquanto Onyx está 100% alinhado ao presidente Jair Bolsonaro.
Se a decisão dependesse apenas de Busato, a aliança com o tucano seria mantida. No entanto, o ex-prefeito de Canoas não deseja se indispor com o comando do partido. Em uma eventual retaliação, a direção poderia, por exemplo, reduzir os recursos do fundo eleitoral destinados ao Rio Grande do Sul, prejudicado os candidatos a deputado do União.
Na disputa entre Leite e Onyx, quem levar o União Brasil ficará com o maior tempo de propaganda em rádio e TV entre todos os candidatos, além de contar com o apoio dos 32 candidatos a deputado federal e 56 a estadual da legenda.