Pivô de uma polêmica que sacudiu Gramado e afastou patrocinadores da 26ª Jornada Internacional de Direito, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, acabou participando por videoconferência. Toffoli interrompeu as férias para participar da Jornada e alfinetou os críticos:
— Não é por causa de uma minoria intolerante que deixei de ir a Gramado. Tinha outro compromisso, mas no próximo ano, se me convidarem, estarei aí.
O ministro citou uma passagem bíblica e disse que há pessoas que preferem “semear no deserto” em vez de agregar e construir. A intolerância foi mencionada por um dos organizadores do evento, o advogado Fabiano Machado da Rosa, que destacou o apoio de quem defendeu a democracia.
O presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul, Cláudio Martinewski, defendeu a tolerância e o diálogo como caminhos da construção democrática. A Ajuris é uma das apoiadoras do tradicional evento que reúne advogados de todo o Brasil.
Com mais de 2 mil inscritos, a abertura da conferência acabou sendo acompanhada por 2.134 pessoas em modo virtual e 240 no Palácio dos Festivais. Sobraram lugares na plateia porque dezenas de inscritos cancelaram a viagem a Gramado e optaram por participar em modo remoto.
De acordo com Fabiano, o principal motivo do cancelamento não foi o clima hostil causado pelos protestos contra a presença de Toffoli, mas os preços das passagens e da hospedagem. Dependendo da cidade do participante, uma passagem de avião para Porto Alegre sai mais cara do que uma viagem para o Exterior.