O silêncio do PSDB, que incomoda antigos e potenciais aliados para a eleição deste ano, tem uma explicação: o partido aguarda pelo resultado de uma pesquisa qualitativa encomendada para avaliar o cenário atual e o potencial dos pré-candidatos — seus e dos partidos com quem os tucanos gostariam de dividir o palanque. A pesquisa vai auscultar os eleitores para saber o que acharam da renúncia de Eduardo Leite, o que pensam do governador Ranolfo Vieira Júnior e como avaliam a candidatura de Gabriel Souza (MDB).
O MDB está inquieto com o silêncio de Leite e temeroso de que esse seja um sinal de que o ex-governador pode concorrer a governador, embora ainda não tenho arquivado definitivamente o projeto de disputar a presidência em caso de desistência de João Doria. O futuro de Doria está ligado a outra pesquisa, essa encomendada pelo PSDB nacional, para avaliar seu potencial eleitoral em comparação com o da senadora Simone Tebet (MDB).
Como a bancada federal deu aval ao presidente Bruno Araújo para conduzir as negociações com os aliados para anunciar uma posição conjunta no dia 18, a tendência é o PSDB reconhecer a inviabilidade de Doria na cabeça de chapa e acenar com apoio a Simone, que tem índices tão ou mais baixos do que os dele, mas é menos rejeitada.
Na linha “passarinho na muda não canta”, Leite recolheu os flaps e está passando uma temporada no Rio Grande do Sul, dedicado a tratar da própria sucessão nos bastidores, sem avançar o sinal. Nas conversas com empresários, expressa a preocupação com a possibilidade de segundo turno entre Edegar Pretto (PT) e Onyx Lorenzoni (PL), que, assim como Luis Carlos Heinze (PP), Beto Albuquerque (PSB) e Pedro Ruas (PSOL), não querem a homologação do regime de recuperação fiscal.
— O pior que pode acontecer ao Rio Grande do Sul é uma disputa entre o populismo de esquerda e o populismo de direita — repete Leite, como se fosse um mantra.
O que farão os vereadores do MDB
Depois de meses de incerteza, a vereadora Lourdes Sprenger (MDB) comunicou ao presidente do partido, Fábio Branco, que será candidata deputada federal, com a bandeira das causas sociais e dos direitos dos animais. O primeiro suplente da bancada, Pablo Melo, filho do prefeito Sebastião Melo, concorrerá a deputado estadual com o propósito de representar Porto Alegre e Região Metropolitana. A candidatura será lançada segunda-feira (16).
Idenir Cecchim seguirá na Câmara. O único indefinido é Cezar Schirmer, que deixou a secretaria municipal de Planejamento anunciando que disputará a indicação do MDB para ser candidato a governador, mas não deve levar a aventura até a convenção.
A expectativa de Melo é ter Schirmer de volta ao secretariado ainda neste semestre.