Maio é o mês das mães, o mês das noivas e o mês do PSDB se livrar do candidato escolhido na prévia de novembro para disputar a Presidência da República. A fogueira das vaidades no ninho tucano arde e Doria vem perdendo penas das asas a cada semana. Nos bastidores, a data fatídica para a saída do ex-governador paulista da disputa é o final do mês, por bem ou por mal.
Confiante de que conseguirá subir nas pesquisas com as aparições no horário nobre da TV, Doria pediu um voto de confiança à direção tucana. Ao mesmo tempo, vem acenando com a possibilidade de abrir mão da candidatura em favor da senadora Simone Tebet (MDB) e até de ser vice dela. Detalhe: Simone não diz, por questão de elegância, que não quer. Seus companheiros do MDB, porém, não economizam palavras para justificar por que querem distância de Doria.
Um líder do MDB resumiu para a coluna o que se diz nos bastidores do partido sobre a hipótese de uma chapa Doria-Simone ou Simone-Doria:
— Simone é uma candidata leve, que mesmo estando mal nas pesquisas de hoje, pode crescer com o desenrolar campanha. Por que haveria de se ligar a uma candidato que ninguém quer no PSDB?
Soa estranha a expressão “ninguém quer” em se tratando do ex-governador do Estado mais rico do país, que venceu a prévia do seu partido há pouco mais de cinco meses. A explicação para esse fenômeno vem de um tucano:
— Doria semeia discórdia por onde passa. Ele dividiu o PSDB de São Paulo, arranjou inimigos internos, atropelou líderes históricos e empurrou o ex-governador Geraldo Alckmin para os braços de Lula. Agora, o PSDB de São Paulo quer se afastar dele para não atrapalhar a eleição do governador Rodrigo Garcia.
Se Doria é tudo isso, como venceu a prévia de novembro? Na resposta a essa pergunta os tucanos se dividem entre os que atribuem a vitória “à força do PSDB de São Paulo”, “ao uso da máquina pública na eleição interna” e “à promessa de ajuda financeira para a campanha de deputados que serão candidatos em outubro”.
Se Doria sair ou “for saído”, Eduardo Leite pode voltar ao projeto nacional, se não como candidato a presidente, como vice de Simone. O ex-governador usa a expressão “estou na pista” para dizer que não fecha nenhuma porta. Embora tenha recusado a oferta do presidente do PSDB, Bruno Araújo, de usar parte das inserções nacionais do partido, Leite faz discurso de candidato a presidente nos comerciais regionais e vai retomar as viagens pelo país.
ALIÁS
Com a decisão de Luciano Bivar de manter sua candidatura a presidente pelo União Brasil, o dia 18 de maio, quando deveria ser anunciada a chapa de consenso, só não será um traço no calendário político se o PSDB conseguir resolver sua crise interna e anunciar a aliança com o MDB. Foi o que restou depois de seus dirigentes caírem no conto de Bivar.
Contando calorias
Nos comerciais do MDB, o deputado Gabriel Souza está irreconhecível. Graças a uma reeducação alimentar, o deputado perdeu os 13 quilos que ganhou antes e durante a pandemia. Não foi vaidade nem preparação para a campanha, onde os candidatos são obrigados a almoçar e jantar duas a três vezes por dia.
Estratégia da visibilidade
Depois da Fenasoja e da Exposol, governador Ranolfo Vieira Júnior vai instalar o governo na Fenarroz, em Cachoeira do Sul, no dia 16 de junho. É a estratégia de dar visibilidade ao herdeiro da vaga de Eduardo Leite.
A agenda de interiorizações do governo Ranolfo incluiu a Fenachim, em Venâncio Aires, a Fenadoce, em Pelotas, e a Expointer, em Esteio.