Imagine uma cidade vigiada por 50 mil câmeras de vídeo, a maior parte de última geração, monitoradas de forma remota, capazes de identificar qualquer pessoa, carro ou aglomeração suspeita. Foi esse "Big Brother" que o governador Eduardo Leite e seus secretários conheceram nesta segunda-feira (7), na visita ao centro de comando e controle da polícia de Nova York.
Em uma sala com mais de cem metros quadrados, com as paredes tomadas por telões de alta definição, uma dúzia de funcionários monitora o andamento das ocorrências reportadas à polícia ou identificadas pelas câmeras de segurança. Nada escapa a esses 50 mil olhos com visão panorâmica. Diante de qualquer sinal de perigo, seja uma ameaça de bomba, um acidente de trânsito ou qualquer tipo de crime, é possível dar zoom nas câmeras mais próximas e identificar o que está acontecendo.
No momento em que o governador visitava o centro e questionava o coordenador, John Nahon, sobre os detalhes da operação, o painel registrava 47 ocorrências ativas. Entre as ruas 94 e 95 com a Avenida Liberty, as câmeras detectaram um carro suspeito, parado com o motor ligado. Era uma suspeita de bomba próximo a uma escala, mas o policial esclareceu que podia ser apenas um alarme falso.
Em outra tela de mais de 80 polegadas, o centro monitora os aeroportos e os aviões que decolam ou se aproximam de Nova York. É uma preocupação nascida com os atentados de 11 de setembro de 2001, que obrigaram a polícia a investir mais em inteligência artificial para evitar futuras tragédias.
O mesmo sistema de monitoramento alerta os bombeiros quando detecta um incêndio, e a Defesa Civil para as emergências que necessitam de ambulância ou casos de enchentes e furacões.
O deputado Mateus Wesp (PSDB), que acompanha a comitiva, encheu Nahon de perguntas — do horário de trabalho dos policiais ao sistema de aposentadorias e pensões. O secretário de Parcerias, Leonardo Busato, quis saber como funcionava o sistema legal, e o americano explicou que a polícia pode prender sem mandado judicial quando está fazendo uma investigação e descobre indícios suficientes de envolvimento do suspeito de um crime.
Ao final da visita de mais de uma hora, Leite disse que quis conhecer o que há de mais moderno em matéria de tecnologia de segurança pública para comparar com o que está sendo feito no Rio Grande do Sul e o que pode servir de inspiração para futuros investimentos.