O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
O secretário de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, Luiz Fernando Záchia, pretende levar nesta semana ao prefeito Sebastião Melo uma proposta para o financiamento do transporte público na Capital. Se for aplicada, a solução poderá reduzir o valor da passagem de ônibus para uma faixa entre R$ 2,50 e R$ 3,00 para o público em geral (para estudantes, entre R$ 1,25 e R$ 2,50). Ao mesmo tempo, os trabalhadores de carteira assinada teriam direito ao passe livre. Atualmente, a tarifa está em R$ 4,55 e pode subir para até R$ 5,20 neste ano.
A sistemática é parecida com um dos projetos apresentados pelo ex-prefeito Nelson Marchezan em pacote rejeitado pela Câmara no ano passado. Em linhas gerais, prevê que, ao invés de comprarem o vale-transporte (custo médio mensal aproximado de R$ 240 por funcionário), as empresas passariam a pagar um valor mensal à prefeitura — na proposta de Marchezan, seria de R$ 116. A diferença é que o pagamento incidiria sobre todos os empregados de carteira assinada, não apenas sobre os que usam o vale-transporte. Em contrapartida, os trabalhadores dessas empresas não pagariam a tarifa.
À coluna, Záchia disse que os técnicos ligados à secretaria estão projetando os cenários do impacto da medida no preço da passagem para apresentar ao prefeito. Caberá a Melo decidir se a prefeitura apostará na iniciativa. Pessoalmente, o secretário tem convicção de que é necessário criar algum tipo de subsídio para viabilizar o sistema de transporte municipal, que passa por uma crise estrutural, aprofundada na pandemia.
— A prefeitura não tem condições de conceder um subsídio direto, então a gente tem de criar alternativas. Essa é uma das alternativas — afirmou.
Caso Melo dê sinal verde à iniciativa, a proposta precisa ser aprovada na Câmara de Vereadores. A boa notícia para o governo, é que, de saída, há apoio para a proposta na oposição. O vereador Roberto Robaina (PSOL), um dos maiores críticos ao governo na Casa, apresentou um projeto de lei com conteúdo semelhante. Na sexta-feira (7), Robaina se reuniu com Záchia para debater a proposta.
Se decidir adotar a proposta estudada na Secretaria de Mobilidade, o prefeito Sebastião Melo terá de convencer a ala liberal do governo a defender a iniciativa. Em 2020, quando era vereador, o vice-prefeito Ricardo Gomes ajudou a enterrar a proposta de Marchezan.
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