Dizer que a vacina é a única saída para o Rio Grande do Sul sair do pesadelo depois de a rede hospitalar chegar ao colapso equivale a chover no molhado. Como não há outro caminho, chegou a hora de a sociedade gaúcha se unir para encontrar uma forma de acelerar a vacinação, talvez usando exemplos bem-sucedidos de outros países. Se esperar pelo cronograma do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que está atrasado, seguiremos enxugando gelo, para usar uma das expressões mais repetidas entre os médicos.
Prefeitos têm se unido em consórcios para comprar vacinas, empresários tentaram autorização para importar e não obtiveram sucesso, mesmo se dispondo a doar metade das doses para o SUS. As universidades já colocaram seus superfreezers à disposição para armazenar a vacina da Pfizer, que exige temperatura de -70ºC para acondicionamento.
O governador Eduardo Leite vem conversando com executivos dos laboratórios, mas a compra esbarra na falta de registro da Anvisa (Janssen, Moderna e Sputnik V) ou na dificuldade de fornecimento no mercado global (Pfizer), além da insegurança jurídica diante da possibilidade de o Ministério da Saúde confiscar as doses.
Como o crescimento exponencial dos casos é atribuído à circulação da nova cepa de Manaus, a P1, não seria o caso de os pesquisadores unirem forças em um projeto de testagem em massa da eficácia das vacinas para essa que o mundo conhece por variante brasileira? Não seria interessante para os laboratórios, incluindo os que ainda não têm autorização da Anvisa, testarem suas vacinas para essa nova cepa em um universo mais amplo?
Pode parecer fantasia, mas o Rio Grande do Sul, por ser um Estado com população semelhante à de Israel e ficar num dos extremos do Brasil, não poderia ser um grande laboratório para testar a capacidade de imunização de uma região mais ampla? Imagine-se transformar os gaúchos em um exército de voluntários de todas as idades. Qual prefeito não se engajaria nesse esforço, se for capitaneado por uma das nossas universidades de ponta, com o aval do governo do Estado? Será que os empresários não estariam dispostos a financiar um grande estudo com a população abaixo dos 60 anos, que não tem perspectiva de entrar tão cedo no plano do Ministério da Saúde?
Sonhar com soluções é o que nos resta no momento em que o número de mortos bate recorde e os hospitais começam a falar em ampliação de necrotérios.
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