Acostumados a receber demandas dos eleitores para resolver pequenos problemas, deputados estaduais e federais vêm enfrentando nos últimos dias uma demanda que influência política nenhuma consegue atender: o acesso a leitos de UTI. De diferentes regiões do Estado, o apelo é mais ou menos o mesmo e a resposta idêntica, diante do colapso na rede hospitalar: está tudo lotado.
Foi o deputado federal Jerônimo Goergen (PP) quem deu o alerta à coluna:
— Até agora, nunca tinha recebido um pedido para conseguir leito em hospital. Só hoje foram três, pedindo ajuda para conseguir UTI. E não é só para covid. Tem gente que precisa fazer cirurgia cardíaca. Não tem o que a gente fazer. O desespero é tanto que ligam pra nós, que não somos da área médica, o que demonstra o tamanho do problema.
Também do PP, o deputado Pedro Westphalen foi outro a ser procurado:
— Recebo, sim, muitos pedidos, quase diariamente nestes últimos dias. Encaminhamos para a central de leitos. Não há outro caminho — confirma Westphalen.
O WhatsApp do deputado Márcio Biolchi (MDB), com base eleitoral em Carazinho, está repleto de pedidos de ajuda — sem contar os que são encaminhados a sua assessoria. E sofre por não poder fazer nada:
— São todos no mesmo sentido, pedindo que ajude a conseguir leitos clínicos ou vaga em UTI. Hoje perdi um colega de faculdade. Um pedido desesperado é a véspera de uma tragédia. Muito triste. Infelizmente, um preço caro a ser pago, que mostra a necessidade da razão, do bom senso e de vivermos as coisas reais, concretas.
O deputado estadual Eduardo Loureiro (PDT), relata:
— Desde ontem tenho recebido ligações. Hoje foram três, de pessoas solicitando ajuda para internação. As informações que recebi dos órgãos que contatei e dos hospitais, como os de Santo Ângelo, é que não há leitos. Todos lotados.
Carlos Búrigo (MDB) faz coro aos colegas:
— Também tenho recebido desesperadamente solicitação de familiares de pessoas precisando de UTI, e nada podemos fazer. Muito triste. Pessoas conhecidas perdendo a vida para a covid.
Sergio Turra (PP) confirma que, infelizmente, vem recebendo pedidos semelhantes, sem que nada possa fazer.
Com base eleitoral no Litoral Norte, o deputado federal Alceu Moreira (MDB) desabafa:
— Com certeza, é muito triste ouvir os relatos das pessoas, na esperança que tenhamos alguma solução e não poder fazer nada. Pior é receber a notícia de que faleceu sem UTI.
Tiago Simon (MDB) recebeu um apelo duplo por leito:
— Foi um caso de escolha de “escolha de Sofia” na mesma família. Trágico. Internaram o filho e o pai ficou no oxigênio (esperando leito). Faleceu no dia seguinte.
Ex-presidente da Assembleia, Ernani Polo (PP) é outro que vem recebendo pedidos de ajuda e se ressente de não poder fazer nada:
— Recebi solicitações nesse sentido e sofremos juntos por não ter o que fazer. A situação é crítica. Um dos problemas do agravamento foi a falta de cuidados individuais de boa parte da sociedade, especialmente nas aglomerações, festas e eventos clandestinos lamentáveis. Com isso, todos sofrerão as consequências, uns com vidas outros com suas atividades e empregos perdidos.
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