O aumento do número de grávidas com coronavírus que chegam aos Centros Obstétricos nos últimos dias, algumas precisando de UTI, está alarmando médicos de diferentes hospitais da Capital e do Interior.
No Hospital Nossa Senhora da Conceição, referência em partos pelo SUS, foram 12 casos em fevereiro e sete confirmados e dois suspeitos nestes primeiros dias de março.
Uma gestante de 37 anos teve de ser submetida a uma cesárea e morreu. O bebê está na UTI. Outra de 27 anos, com 32 semanas de gestação, teve o parto antecipado porque precisava ser pronada (virada de bruços). Ela e o bebê estão na UTI. Mais uma gestante de 36 semanas foi internada na UTI em estado grave. Há ainda, duas mães e dois recém-nascidos com teste positivo em isolamento.
O diretor-técnico do GHC, Francisco Paz, informa que outras duas gestantes com suspeita e duas com teste positivo de covid estão no Centro Obstétrico do COnceição. O Femina, que também integra o Grupo Conceição, tem um leito de UTI específico para grávidas com covid. Na semana passada foram dois casos.
Paz apela às grávidas com gestação normal para que procurem outros hospitais nos próximos dias:
— Mesmo com as adequações que fizemos, o Conceição está completamente lotado. Temos 20 pacientes de covid entubados na emergência. A prefeitura já foi avisada de que não temos como receber mais ninguém.
O diretor teme que a próxima semana seja ainda pior do que a anterior, porque estão chegando os pacientes que se contaminaram no Carnaval:
— Viveremos dias dramáticos. As pessoas precisam ter consciência de que precisam manter o distanciamento social e redobrar os cuidados com o uso de máscara e higienização das mãos.
Os hospitais do Grupo Conceição ainda não enfrentam problema de falta de ventiladores, mas o diretor diz que o rodízio é permanente: quando alguém melhora, passa para um respirador menos potente para o que de alta performance seja usado em outro mais grave.