O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Dois dos três senadores do Rio Grande do Sul votaram contra a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF). A nomeação foi aprovada com o voto favorável de 57 dos 81 senadores nesta quarta-feira (21).
Aliado contumaz do presidente Jair Bolsonaro, o senador Luís Carlos Heinze (PP) disse que votou contra por entender que a vaga poderia ter sido ocupada por “um ministro melhor”.
— Analisei e achei que deveria votar "não". Vejo o (Donald) Trump (presidente dos Estados Unidos), colocando gente qualificada na Suprema Corte, e nós poderíamos fazer o mesmo aqui. Mas torço que ele faça um bom trabalho — disse Heinze à coluna, instantes antes da votação.
Lasier Martins (Podemos) havia assinado um documento na terça-feira (20) anunciando que votaria contra a indicação, com a justificativa de que "a escolha de um juiz da Suprema Corte de um país não pode ser objeto de negociações politicas". Nesta quarta, confirmou o posicionamento, mas cumprimentou o novo ministro pela indicação:
— Cumprimento o desembargador Kassio por sua vitória na votação do Senado e faço sinceros votos de que exerça uma jurisdição imparcial e pautada pelo compromisso com a segurança jurídica e com o cumprimento da Constituição. Votei contra, mas respeito a vontade da maioria — declarou.
Paulo Paim (PT) registrou voto favorável a Marques, acompanhando o posicionamento da bancada do partido. Na sessão, Paim elogiou o desempenho do desembargador na sabatina feita pela Comissão de Constituição e Justiça.
Na sabatina, que durou cerca de 10 horas, o desembargador evitou se posicionar diretamente sobre a prisão após condenação em segunda instância e o inquérito do STF que investiga fake news contra integrantes da Corte.