O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
O segundo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro foi protocolado na noite desta quarta-feira (18), na Câmara dos Deputados. Apresentado pelos deputados do PSOL Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e David Miranda (RJ), o documento foi assinado pela deputada estadual gaúcha Luciana Genro e por outros integrantes do partido, além de intelectuais e artistas — entre os quais o ator Gregório Duvivier e o músico Edgard Scandurra.
O pedido segue para análise do presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve deliberar sobre a abertura ou não do processo. O primeiro pedido foi protocolado na terça-feira (17), por um deputado do Distrito Federal.
Na peça apresentada nesta quarta, o argumento é de que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade ao convocar atos que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao "colocar em risco a saúde nacional" ao romper o isolamento indicado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde.
— Bolsonaro tem sido criminoso em sua conduta e a irresponsabilidade dele pode trazer sérios riscos à vida das pessoas e à saúde nacional, aprofundando a crise em vez de resolvê-la — justifica Melchionna.
O documento também expõe a ausência de ações efetivas do governo federal para evitar as aglomerações do dia 15 de março, citando o "exemplo negativo" dado por Bolsonaro que, mesmo suspeito de estar contaminado com coronavírus, saiu para cumprimentar apoiadores.