As conclusões da visita dos técnicos holandeses que estiveram no Rio Grande do Sul em junho para avaliar o sistema de proteção contra enchentes no Estado serão apresentadas no próximo dia 19.
Esses especialistas integram o programa de Redução de Risco de Desastres (Disaster Risk Reduction), com sede em Haia e vinculado à Agência Empresarial Holandesa (Netherlands Enterprise Agency).
A comitiva passou uma semana em Porto Alegre com o objetivo de compreender as causas e efeitos da inundação, avaliar a estrutura existente, formular um diagnóstico e elaborar sugestões sobre como a cidade deve lidar com as cheias.
A coluna apurou à época que o documento deve recomendar, a curto prazo, melhor previsibilidade do nível de elevação dos rios e uma governança relacionada à gestão hídrica capaz de conectar prefeitura, governo do Estado e União. Devem ser elencadas também medidas a curto, médio e longo prazos.
Emergencialmente, Porto Alegre precisará elevar sua capacidade de previsão das cheias do Guaíba. Uma ação que será recomendada é aumentar a precisão das medições - por exemplo, ter mais pontos para a aferição do nível do lago - e não apenas um, atualmente localizado próximo à Usina do Gasômetro, o dado oficial.
Depois da apresentação do relatório final, será realizada, entre 20 e 22, na Capital, uma conferência de "cocriação" para "repensar o sistema de proteção contra enchentes no delta metropolitano de Porto Alegre". O evento é organizado pelo governo do Estado em parceria com a Holanda, a prefeitura de Porto Alegre e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Estão confirmados cerca de 10 especialistas de diversas organizações holandesas que debaterão com profissionais do Estado e de outras partes do país. O encontro contará com técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BNDES) e do Banco Mundial (Bird).
O resultado de "cocriação", segundo os organizadores, será prático e de uso direto para esforços na construção de um sistema resiliente de proteção contra inundações.