O 30 de maio de 2024 é, sem dúvidas, um dia histórico nos Estados Unidos: pela primeira vez um ex-presidente foi condenado criminalmente. No entanto, por mais incrível que pareça, Donald Trump, mesmo considerado culpado de 34 acusações, poderá concorrer à eleição de novembro.
Isso porque, nos Estados Unidos, não há Lei da Ficha Limpa, uma legislação que proibiria a participação de candidatos condenados na Justiça em processos eleitorais, como no Brasil. Logo, Trump não fica inelegível.
Isso torna plausível inclusive algo esdrúxulo para os nossos padrões: ter um candidato preso concorrendo à presidência. O único crime que poderia impedi-lo de concorrer seria por insurreição - ação à qual ele também está respondendo na Justiça por incitação nos atos do dia 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio.
O futuro político de Trump, no entanto, vai depender muito da sentença, que só sairá daqui algumas semanas. Mesmo condenado, o ex-presidente pode receber permissão judicial para viajar para eventos de campanha e pode ter a pena convertida em prisão domiciliar.
Os advogados do ex-presidente devem recorrer nos próximos dias a uma Corte de Apelação. É possível, inclusive, que esse tribunal suspenda a sentença enquanto durar o julgamento do recurso. Isso facilitaria as ambições do ex-presidente, porque o processo ainda estaria em andamento quando o dia da eleição chegar, em 5 de novembro.
A sentença a que pode ser submetido são muitas: desde multas, prisão domiciliar ou até mesmo seu encarceramento. Mas, para os eleitores de Trump, que o veem como mártir, a condenação pode soar até como uma vitória.