Até as 9h57min desta quarta-feira (17), havia cerca de 1 milhão de clientes sem energia elétrica no Rio Grande do Sul em razão dos impactos do temporal da noite de terça-feira (16). É um número e tanto.
Além das dificuldades impostas pela falta de energia no dia seguinte à tempestade, olhando em retrospecto para a noite anterior, é de apavorar como os serviços em Porto Alegre entram em colapso rapidamente com menos de uma hora de chuva: a luz cai imediatamente em muitos bairros, os semáforos, obviamente, param, a internet é suspensa, os celulares começam a ficar sem bateria, os táxis somem, os serviços de transporte por aplicativo elevam a tarifa às alturas, mas, mesmo assim, não se consegue acessar um carro sequer. Restam os ônibus e os bravos motoristas que vararam a noite desviando de árvores e fios para cumprir o serviço.
Sem luz, uma cidade não funciona.
A cada temporal, sabemos das dificuldades em acessar os canais de atendimento da CEEE Equatorial. Também é frequente a crítica sobre a falta de divulgação, por parte da concessionária, de prazos para o restabelecimento da energia após eventos do tipo.
Dessa vez, o mais preocupante é que nem o prefeito da Capital, Sebastião Melo, conseguiu falar com a empresa. Precisou fazer um apelo por rede social para que alguém da companhia comparecesse ao Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic) para ajudar no esforço conjunto pós-temporal.
Se o prefeito de uma das maiores metrópoles do país não consegue falar com a empresa que fornece energia elétrica, o que sobra para o cidadão comum?
Ora, a cidade é a principal cliente da CEEE Equatorial.
É urgente que o governo do Estado aperte os parafusos da Agergs, a agência reguladora, que precisa ser mais robusta, ter maior capacidade de fiscalização, dispor de mais funcionários e capacidade de impor multas por um serviço ruim.
Afinal, você sabe: a conta de luz não para de subir, e bastam alguns dias de atraso para que o serviço seja suspenso.