Menos Brasília, mais Brasil. Esse poderia ser o lema do governo Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro. Com o intervalo da viagem a Washington para encontro com Joe Biden, o presidente engatou uma série de visitas aos Estados, que começou no dia 6, pelo Rio de Janeiro, onde inaugurou um centro de saúde na Zona Norte e anunciou o plano de investimentos para reduzir a fila de cirurgias do SUS.
Nesta terça-feira (14), ele retomou a estratégia: relançou o programa Minha Casa Minha Vida em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, e nesta quarta (15) irá a Sergipe visitar obras de duplicação da BR-101 ao lado do ministro Renan Filho, dos Transportes.
A ideia é acelerar a implementação de uma agenda positiva, atrasada pela tormenta dos atos golpistas de 8 de janeiro e da tragédia yanomami em Roraima, em meio às rusgas com o Banco Central (BC) e a uma política externa intensa, com passagem, além dos Estados Unidos, por Argentina e Uruguai.
O governo percebe que precisa acelerar entregas de políticas públicas antes do final de fevereiro, quando dois terços dos primeiros cem dias terão se passado - e questionamentos de eleitores poderão começar a surgir. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, é uma espécie de técnico da equipe nesse "sprint", cobrando dos colegas de Esplanada uma agenda semanal de retomada de obras e projetos a serem apresentados à população.
Depois do Carnaval, Lula pretende retomar o programa Água para Todos e, até, o início do mês que vem, anunciar obras de educação, como as cerca de 4 mil creches e escolas paradas. Em março, também deve ser lançado o novo Bolsa Família. Não há, até o momento, previsão de visita do presidente ao Rio Grande do Sul.
Tour de Michelle
Quem também irá iniciar um tour pelos Estados é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela e o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro, irão se engajar em uma agenda nacional que está sendo planejada pelo PL na nova sede alugada em Brasília como futuro local de trabalho do ex-presidente. Assessores entregarão ao presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, um relatório sobre a situação do partido em cada Estado. A ideia é manter o bolsonarismo aceso, testar Michelle como política e preparar o retorno de Bolsonaro ao Brasil.