Em encontro com congressistas da ala mais à esquerda do Partido Democrata, nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a necessidade de reforçar os fundamentos das democracias dos dois países. Pela manhã, o brasileiro se reuniu com o senador Bernie Sanders e com quatro deputados da legenda: Pramila Jayapal, Alexandra Ocasio-Cortez, Sheila Jackson-Lee e Brad Sherman. Todas as reuniões ocorreram na Blair House, a residência oficial dos hóspedes da presidência americana.
Ao sair da reunião, Sanders conversou com jornalistas brasileiros.
— O presidente e eu falamos sobre a necessidade de fortalecer os fundamentos democráticos não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, porque há um ameaça massiva de extremistas de direita que são autoritários como Trump e Bolsonaro, que tentam minar a democracia. Nosso trabalho é fortalecer a democracia no Brasil e nos Estados Unidos e em todo o mundo — disse.
Sanders, um dos mais críticos congressistas democratas à atuação dos ex-presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, chegou à Blair House por volta das 10h15min (12h15min em Brasília). Durante o processo eleitoral brasileiro, o congressista americano aprovou no Senado uma resolução acionando a Casa Branca a romper relações diplomáticas com o Brasil, em caso de golpe de Estado.
O democrata disse que é preciso que "as economias da América Latina e dos EUA trabalhem para os trabalhadores, e não apenas para os bilionários do 1%", em referência ao percentual dos bilionários do planeta. Também referiu-se à proteção da Amazônia.
— O futuro da Amazônia vai determinar se vamos conseguir salvar o planeta ou não.
Enquanto Sanders falava, dois apoiadores de Bolsonaro usavam um megafone para protestar contra Lula, chamando-o de ladrão e dizendo que a eleição brasileira havia sido roubada. Enquanto isso, um grupo de militantes do atual presidente erguia faixas e gritava a favor do petista. Ambos os manifestantes discutiam entre si.
O tema da Amazônia cresceu nas últimas horas nas reuniões da comitiva brasileira em Washington. Espera-se, inclusive, que o governo americano sinalize com possível ingresso no Fundo Amazônia, com liberação de recursos para proteção da floresta.
O encontro entre Lula e Biden está previsto para as 15h30min (17h30min) na Casa Branca.