Jovenel Moïse, presidente do Haiti assassinado dentro de casa, em Porto Príncipe nesta quarta-feira (7), junta-se a uma longa lista de presidentes e primeiros-ministros mortos no exercício do poder. Só no continente americano, foram pelo menos 15 líderes mortos. Mundo afora, a lista se amplia. A coluna lembra alguns.
Abraham Lincoln - Foi o primeiro de uma série de quatro líderes americanos mortos. Ocupou o cargo como 16º presidente dos EUA. Liderou o país durante sua maior crise interna, a Guerra Civil Americana, preservando a integridade da nação, abolindo a escravidão e fortalecendo o governo. Foi assassinado em 1865 no Teatro Ford, enquanto assistia à peça "Our American Cousin".
James Garfield - Foi morto a tiros em uma estação de trem em Washington, em setembro de 1881. Pertencente ao Partido Republicano, serviu como 20º presidente americano.
William McKinley - O 25º presidente dos EUA foi terceiro líder máximo da nação a ser morto a tiros, alvejado enquanto visitava uma exposição em Buffalo, Nova York. Apesar de sua administração ter sido abortada pelo assassinato, a gestão abriu um período de dominação dos republicanos no poder, que duraria 30 anos.
John F. Kennedy - Uma das mortes mais traumáticas da história recente. O presidente democrata, uma das grandes personalidades do século 20, foi alvejado com um tiro na cabeça enquanto desfilava em carro aberto pelas ruas de Dallas, no Texas, ao lado da mulher, Jacqueline, em 1963.
Rafael Leónidas Trujillo - Era ditador da República Dominicana, cuja morte se tornou mais famosa devido ao livro "Festa do Bode", de Mario Vargas llosa, prêmio Nobel de Literatura de 1910. Ele sofreu uma emboscada em 1959. No país, que compartilha com o Haiti a Isla Hispaniola, outros dois presidentes foram assassinados: Ulises Heureaux, em 1899, e Ramón Cáceleres, em 1911.
Manuel Enrique Araújo - O então presidente de El Salvador morreu em decorrência de ferimentos sofridos após um ataque com facão enquanto acompanhava um concerto musical em um parque, em 1913.
Venustiano Carranza - Um dos líderes da Revolução Mexicana de 1910, o presidente foi morto enquanto andava a cavalo uma década depois.
Gabriel Garcia Moreno - Foi morto com golpes de facão dentro do palácio de governo no Equador, invadido por um grupo de opositores em 1875.
Juan Idiarte Borda- O presidente do Uruguai, membro do Partido Colorado, foi atacado por um membro do Partido Blanco durante desfile na rua em 1897 em Montevidéu. Após a morte, o país entrou uma grande instabilidade política.
Olof Palme - Membro do Partido Operário Social-Democrata, o primeiro-ministro da Suécia por duas ocasiões (1969-1976 e 1982-1986) foi morto na saída de um cinema em Estocolmo.
Spencer Perceval - Foi o único primeiro-ministro britânico assassinado. Foi morto em 1812 na entrada da Câmara dos Comuns.
Aldo Moro - Foi primeiro-ministro da Itália de 1963 a 1968 e de 1974 a 1976. Foi sequestrado em 1978 pelo grupo extremista Brigadas Vermelhas e assassinado após 55 dias de cativeiro.
A África tem um histórico de assassinatos. Em 1963, o presidente de Togo, Sylvanus Olimpio, foi morto no exercício do poder. Seis anos depois, em 1969, Abdel Rashid Shermarke, presidente da Somália, também perdeu a vida. Quase mais seis anos depois, Richard Ratsimandrava, líder do Madagáscar, foi assassinado. Ngarta François Tombalbaye, presidente do Chade, foi executado em 1975 por soldados ao ser deposto. O mesmo ocorreu com Murtala Ramat Mohammed, da Nigéria, em 1976. Na Libéria, em 1980, William Richard Tolbert foi morto também durante golpe. Em tempos mais recentes, Muamar Khadafi, ditador líbio, foi deposto e assassinado nas ruas, em 2011.
Laurent Kamila - O ditador da República Democrática do Congo foi morto por guarda-costas dentro de seu gabinete em 1999.
Anwar al-Sadat - É uma das personalidades mais famosas que morreram no exercício do poder. O presidente do Egito foi assassinado por um oficial radical islâmico que integrava o exército durante uma parada militar em 6 de outubro de 1981.
Yitzhak Rabin - Outra morte icônica. Prêmio Nobel da Paz junto com seu ministro de Negócios Estrangeiros, Shimon Peres, e com o líder palestino Yasser Arafat, pelos esforços em favor da paz, o primeiro-ministro israelense, que exerceu o cargo por duas ocasiões, foi morto em 4 de novembro de 1995 por um estudante judeu ortodoxo e militante de extrema-direita que se opunha às negociações com os árabes. Ele foi morto durante comício na Praça dos Reis, em Tel Aviv.
Indira Gandhi - Primeira-ministra da Índia foi assassinada por dois de seus guarda-costas integrantes da seita sikh, em sua residência, em Nova Délhi, em 1984.
No Brasil, nenhum presidente foi assassinado no poder, mas dois morreram enquanto ocupavam o cargo. Afonso Pena, devido a uma pneumonia, em 1909, e Getúlio Vargas, que se suicidou em 1954. Tancredo Neves, que morreu em 1985, não chegou a tomar posse.