A uma semana do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Japão vacina menos do que todas as nações europeias e do que algumas latino-americanas, entre elas o Brasil.
Segundo o monitor Our World in Data, da Universidade de Oxford, o país vacinou contra a covid-19 até agora 31% da população com ao menos uma dose e 19% com as duas doses. Quando se observa o número de doses aplicadas em relação ao tamanho da população, o que permite comparar com outros países, o Japão vai bem mal.
A nação aplica 51 doses para cem habitantes. A essa altura, a maioria dos países da Europa estão perto das cem doses para cem habitantes. E alguns já superaram esse índice, como Reino Unido, Portugal, Espanha, Alemanha, Reino Unido e Hungria.
No continente americano, o índice japonês é inferior ao do Brasil, que aplica 56,8 doses para cem habitantes. Na comparação com vizinhos do nosso país, então, a situação é pior. O país asiático aplica menos doses do que Argentina, Chile e Uruguai, esses dois últimos campeões em vacinação na região.
Não é de hoje que o Japão vai mal na imunização contra covid-19, como abordei aqui e aqui. Neste vídeo, da série O mundo em 3 minutos, também explico a situação.
Mas, além daqueles problemas citados, há outros. Apesar dos estoques altos - para uma população de 126 milhões de habitantes, o governo garantiu 100 milhões de doses de imunizantes da Pfizer, o país derrapa no sistema de distribuição.
A dificuldade está em alocar as vacinas em locais com alta demanda. Os lotes vêm se esgotando rapidamente, principalmente em regiões com alta densidade demográfica, como Osaka e Tóquio. O país adota o modelo de reserva, ou seja, é necessário que o cidadão agende o dia em que receberá o imunizante. Outro problema é que falta um sistema centralizado de fiscalização de vacinação.
Os Jogos Olímpicos, que começam na sexta-feira (23), ocorrerão sem a presença de público.