Desde o início da vacinação pelo mundo, a coluna vem chamando a atenção para o fato de países produtores de imunização contra a covid-19 na Ásia estarem avançando lentamente no ranking. Falo especificamente China e Rússia. Ao menos no primeiro caso, os chineses parecem ter acordado para a necessidade de acelerar a vacinação.
Nas últimas semanas, o gráfico da Universidade de Oxford, que baliza os comentários da coluna, mostra uma verticalização impressionante. Em 8 de maio, as curvas de vacinação da China e do Brasil se encontravam. Os dois países aplicavam 22,06 doses para cem habitantes. Dez dias depois, na terça-feira (18), a China aparecia com 30,27 doses para cem habitantes - enquanto o Brasil aponta 25,56 doses para cem habitantes.
Parte da explicação é que os chineses começam a se preocupar com o recrudescimento dos casos de infecção por coronavírus em seu entorno. A Índia vive uma situação catastrófica, com colapso do sistema hospitalar - e com tantos mortos que é preciso queimar os corpos em praça pública. Nas últimas 24 horas, o país superou os Estados Unidos e bateu o recorde mundial de mortes por covid-19 em um único dia. Foram 4.529 óbitos. A marca anterior era de 4.475 mortes em 24 horas registradas em território americano em 12 de janeiro.
Além disso, uma nova variante do coronavírus surgiu na Índia, a B.1.617.
A curva de contágio também voltou a crescer em outros vizinhos à China, como Taiwan (província rebelde que os chineses consideram seu território) e Singapura, áreas onde a pandemia estava relativamente controlada.