A maioria dos eleitores italianos aprovou, em referendo, nesta segunda-feira (21) a redução do número de deputados e senadores no parlamento do país. A diminuição será de um terço das cadeiras.
O "Sim" venceu. Ítalo-brasileiros no Estado puderam votar pelo correio.
O referendo estava previsto inicialmente para 29 de março, mas foi transferido em razão da pandemia. A Itália foi um dos primeiros países europeus a enfrentar o coronavírus.
Os eleitores decidiram sobre uma reforma na Constituição que reduz a quantidade de deputados de 630 para 400 e a de senadores de 315 para 200 (sem contar os cinco vitalícios). A medida também corta o número de parlamentares eleitos no Exterior de 18 (12 deputados e seis senadores) para 12 (oito deputados e quatro senadores).
O projeto é uma bandeira do Movimento 5 Estrelas (M5S), conhecido pela posição antissistema e que conta com a maior bancada no parlamento. A tramitação do projeto começou quando esse grupo político estava aliado à Liga (de direita, conhecida por visões xenófobas e ultranacionalistas), de Matteo Salvini, ainda no primeiro mandato do primeiro-ministro Giuseppe Conte.
Em agosto do ano passado, a coligação se fragmentou depois que Salvini, que era vice-primeiro-ministro, tentou uma moção de desconfiança contra o chefe do Executivo. Mas Conte continuou no poder graças a uma nova aliança, desta vez com a centro-esquerda, representada pelo Partido Democrático.
Atualmente, a América do Sul elege quatro deputados e dois senadores. A aprovação da diminuição do número de deputados é vista com preocupação por alguns setores da comunidade ítalo-brasileira. No Facebook, o deputado Fausto Longo (PD) afirmou: "Com o resultado do referendo na Itália, a América do Sul perde o direito de eleger um senador e um deputado, reduzindo nossa representação".