Quando foi instalado em frente à Usina do Gasômetro, em 1982, o arrojado aeromóvel despertava um orgulho inédito em Porto Alegre: parecia estar ali uma solução 100% gaúcha para os problemas de transporte do mundo inteiro.
Após 40 anos de entraves e frustrações, o veículo movido a ar – que em 2013 ganhou uma linha entre o aeroporto e o trensurb – agora pode, literalmente, dar a volta por cima. A prefeitura estuda dois projetos envolvendo os vagões.
O primeiro se arrasta desde a gestão Marchezan, mas ganhou força nos últimos meses: finalmente o governo municipal encontrou uma forma de reativar o aeromóvel do Gasômetro sem precisar de licitação. Assim, a própria empresa que instalou os trilhos, lá nos anos 1980, poderia assumir aquela área.
– Nós vamos, sim, apresentar um projeto. Queremos transformar o local em atração turística, com cafeteria, passeio panorâmico em frente à Orla e opções de entretenimento – diz o diretor-executivo da Aeromovel Brasil, Marcus Coester.
Mas a grande inovação está no projeto que começou a ser estudado há pouco na prefeitura: uma linha suspensa seria construída na Avenida Farrapos, ligando o Centro Histórico à Avenida Cairu – a informação foi adiantada na segunda-feira (16) em GZH pelo repórter Carlos Rollsing.
A coluna obteve imagens projetando como ficaria a estrutura. Os trilhos passariam por cima de onde fica, atualmente, o corredor de ônibus da Farrapos. E, no lugar do corredor, a avenida contaria com um extenso passeio público, com zonas de convivência e ciclovia passando ao lado.
Seria a primeira vez que o aeromóvel ganharia inserção no ambiente urbano, no meio de uma cidade, como parte do sistema de transporte coletivo. É um projeto caro? Sem dúvida, mas a revitalização da Avenida Farrapos tem sido apontada como prioridade no governo Sebastião Melo – que pretende tomar US$ 1 bilhão em financiamentos ao longo dos quatro anos de mandato. Dá e sobra.