O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), conhecido como Enem dos Concursos, será realizado no domingo (18) com as mesmas provas que seriam aplicadas em maio. Na ocasião, a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul fez com que o governo adiasse o evento. Como a decisão foi tomada apenas dois dias antes da data original, a maioria dos lotes já havia sido transportada para os centros de distribuição dos Estados. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse nesta quinta-feira (15) que os envelopes foram conferidos individualmente e não houve vazamento.
— Checamos envelope por envelope para ver se havia qualquer lacre violado ou vazamento. Não houve. A gente pode assegurar que a segurança da prova foi garantida. Ela ficou por um longo tempo em um local totalmente monitorado, começou a ser distribuída nesta semana e no sábado irá para os locais de prova — explicou a ministra.
Enquanto a enchente ainda avançava pelo Estado, a decisão sobre o adiamento gerou divisão no governo. Após consulta à Advocacia-Geral da União (AGU), concluiu-se que não seria possível modificar a data apenas no Rio Grande do Sul. Neste caso, manter o concurso na data original prejudicaria milhares de gaúchos. Por isso, apesar do desafio logístico e do custo para a mudança, o presidente Lula determinou o adiamento.
— A decisão foi muito acertada. Foi pouco tempo para decidir, mas não tínhamos como não adiar. Agora, já mudamos o edital para permitir adiamentos em caso de novas tragédias. Não faria sentido isolar só o Rio Grande do Sul. Geraria injustiça e judicialização — observou.
Após a experiência com a enchente, o governo passou a adotar nos novos editais a possibilidade de uma prova extra em caso de eventos adversos. Quando houver impacto de ao menos 0,5% dos inscritos, será possível aplicar uma prova diferenciada em data posterior.
Maior concurso da história do país, o CPNU prevê 6.640 vagas em 21 órgãos públicos. As provas serão realizadas em 228 cidades. São 2,1 milhões de inscritos.
Concurso no RS
A ministra orienta todos os candidatos a conferirem novamente o local de prova antes do deslocamento, mas diz que foram necessárias poucas adequações dos espaços após a enchente. As mudanças foram pontuais e, mesmo com a possibilidade aberta aos gaúchos para alterarem o local de prova, foram poucos os pedidos.
Novo concurso em 2025
O governo já trabalha com a possibilidade de aplicar uma nova edição do CPNU em agosto do ano que vem. Segundo a ministra, o objetivo é abrir vagas para áreas que ainda não foram contempladas. A decisão dependerá de espaço no orçamento.
Dweck relatou que a intenção do presidente Lula é concluir o mandato em 2026 com um total de 21 mil novos servidores.
— É um número importante porque houve saída de mais de 70 mil servidores desde 2016 — justificou.