A reunião da direção da Fraport com o governo federal, ocorrida na tarde desta terça-feira (18), no Palácio do Planalto, frustrou as expectativas de quem esperava o anúncio de um cenário definitivo sobre a reabertura do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre.
Os representantes da empresa que administra o terminal informaram aos ministros que irão precisar de um prazo de quatro semanas para realizar uma análise precisa sobre os danos causados pela enchente na pista. Feito esse levantamento, a Fraport deverá ter informações sobre o investimento e o tempo necessários para a reabertura do aeroporto. A reunião também discutiu, de forma inicial, como poderá ocorrer a ajuda do governo federal para a reabertura do terminal, mas não houve nenhuma definição a respeito deste tema.
O CEO global da Fraport, Stefan Schulte, que participou por videoconferência, informou que a empresa continuará operando no aeroporto Salgado Filho. A CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal, havia dito na semana passada que a concessão poderia ser devolvida se não houvesse aporte de recursos do governo federal.
Outra informação importante é que o Salgado Filho deverá voltar a operar, inicialmente, de forma parcial. No momento em que houver condições de segurança, os primeiros voos já devem começar a operar. As demais reformas continuarão a ser feitas pouco a pouco.
— Ninguém pode fazer nenhuma afirmação sobre a utilização do aeroporto sem que possamos ter a absoluta segurança e garantia de que a pista está em condições. E essa resposta só será dada no momento em que o diagnóstico for concluído e que isso for apresentado de forma oficial pela Fraport para o governo brasileiro. Isso deverá ocorrer num prazo de quatro semanas — disse o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, após a reunião.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse ter questionado o CEO global da Fraport a respeito da intenção da empresa em permanecer com a concessão, após a declaração recente da CEO da Fraport Brasil:
— Ele colocou que aquela foi uma fala inoportuna da própria representante (da Fraport) aqui no Brasil e reafirmou o compromisso de apostar no Brasil, não só no Salgado Filho, mas em outras oportunidades de concessões que venham a surgir no país.
A reunião foi coordenada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.