Durante o dia, faltaram R$ 0,06 para que o dólar quebrasse uma barreira ainda inédita no governo Lula, a de R$ 5,80. A máxima foi registrada por volta de 13h30min.
Não por coincidência, foi logo depois que Haddad abandonou por momentos o discurso tranquilizador e demostrou exasperação ante cobranças sobre a data de anúncio do “pacote de maldades” – expressão que odeia, embora tenha batizado quase todos os conjuntos de medidas de cortes de despesa no Brasil.
Isso demonstra o quanto o dólar está Haddadependente. Mas a cotação desacelerou à tarde e fechou em R$ 5,781, resultado de alta de 0,31%.
Na quarta-feira (30), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, comprometeu-se com o cumprimento do arcabouço, "enquadrando as despesas dentro das regras da meta fiscal". A equipe econômica pretende pegar carona em uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional). Seria "apenas" para acelerar a tramitação das medidas. Mas se a ambição é de fato sustentar o arcabouço a longo prazo, uma PEC será necessária por conteúdo, não só por forma.
Uma das propostas para travar o aumento de despesas obrigatórias é a imposição de limite de 2,5% acima da inflação. Isso permitiria submeter esses gastos ao limite já previsto no arcabouço fiscal, para impedir o "estrangulamento" do orçamento - momento previsto para 2027, caso não sejam adotadas medidas, quando as despesas obrigatórias consumirão todo o orçamento disponível.