O tom duro do comunicado em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou a alta moderada 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, fez o efeito inverso ao supostamente desejado.
Nesta segunda-feira (23), o Relatório Focus do BC mostrou que a projeção da maioria dos economista para a taxa básica no final de ano subiu de 11,25% para 11,5%. Como só há mais duas reuniões do Copom no ano, ao menos em uma teria de ocorrer alta de 0,5 p.p. para alcançar esse número.
No texto publicado na quarta-feira passada, o Copom afirmou que "há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação". Em bom português, isso quer dizer que há pressão de alta de preços.
Depois que várias vezes em que a ata veio mais dura do que o comunicado, será preciso ver se o texto mais detalhado que será publicado na terça-feira (24) confirma ou suaviza essas projeções.
Em tese, o comunicado duro seria uma forma de reduzir a expectativa por maior alta no juro, porque ajudaria a reancorar as expectativa e tiraria pressão por doses maiores. Não funcionou.
É verdade que o próprio Copom avisou que não se tratava de alta isolada, ao mencionar "ciclo ora iniciado". Mas agora o mercado quer mais do que já havia previsto.
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