A informação econômica mais esperada de 2024 saiu há pouco de um "buraco" nos Estados Unidos. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell foi mais do que explícito:
— Chegou o momento de um ajuste na política monetária.
A frase foi feita já no início da manifestação de Powell na reunião anual do Fed que ocorre em Jackson Hole, no Estado de Wyoming.
No Brasil, o eco de Powell já acalma o dólar e anima a bolsa. A moeda americana opera em queda de 1,3%, distanciando-se da barreira de R$ 5,60 que quase cruzou na véspera. O Ibovespa sobe 0,6%, recuperando o nível de 136 mil pontos.
A expectativa de corte de juro no dia 18 de setembro já havia sido confirmada pela ata do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), equivalente americano do Copom. Mas os termos haviam sido expostos em banco-centralês: "provavelmente será apropriado" o corte no juro.
Agora, Powell foi até inusualmente claro. É importante observar que embora a bolsa tenha quase "apagado" a queda da véspera, o dólar ainda não voltou ao patamar de R$ 5,40 em que estava até quarta-feira (21).
Pode até retornar ao longo do dia, mas também pode exigir novo ajuste na comunicação do Banco Central do Brasil. Por incrível que pareça, o mercado espera, no mesmo dia do corte nos EUA, um aumento na taxa básica por aqui.
Apesar do nome - hole significa "buraco" em inglês, inclusive no mesmo sentido usado em português, de lugar pequeno ou desagradável -, a sede do encontro do Fed é um destino de ricos e famosos nos EUA.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo