Por ora, o foco ainda é o socorro de pessoas afetadas pela tragédia no Rio Grande do Sul. Mas a entidade Movimento União BR (que, antes de mais nada, é apartidária e não tem qualquer ligação com partido quase homônimo) já pensa em ações de reconstrução.
A organização chamou atenção da coluna porque está reunidos recursos doados por empresas como Banco Safra, Boticário, Latam, Petrobras e Fedex. Ao todo, já foram cerca de R$ 14 milhões, cifra que ainda deve aumentar.
Uma fatia aguarda diretrizes do poder público para reconstrução da infraestrutura do Estado. Outra já foi usada para doação de 300 mil itens, entre refeições, filtros de água, produtos de higiene, colchões e cobertores.
Com atuação no Rio Grande do Sul desde 2023, a ONG Movimento União BR construía as últimas escolas e moradias para reparos da enchente de setembro quando chegou a chuva precursora do maior desastre da história do Estado. Enquanto conversava com a coluna, a fundadora da ONG, Tatiana Monteiro, soube que, ao menos, as novas moradias ficaram de pé.
— Estava entregando as três últimas escolas. Eram 10 mil alunos que iam voltar a estudar. Já tínhamos feito quase cem casas. Perdemos praticamente todas as escolas, mas as casas estão intactas — afirma.
Segundo Tatiana, o planejamento para a reconstrução do Estado deve ser o mesmo adotado em 2023, com escolas e moradias. Desta vez, a ONG também deve participar da estruturação de hospitais. As corporações que doam recursos à organização recebem um retorno de como os valores foram investidos.
— As empresas têm fundos emergenciais e disponibilizam recursos para um ano. Vamos abatendo conforme a necessidade. Mandamos um ofício, e a empresa libera, o que ajuda uma atuação com rapidez e segurança — diz Tatiana.
A ONG Movimento União BR foi criada em 2020. Já prestou ajuda humanitária para cerca de 26 milhões de pessoas. Hoje, também atua no Exterior, com ações no Chile e na Ucrânia.
*Colaborou João Pedro Cecchini