Não é favor nem ajuda a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul no momento que o Estado vive uma situação de desastre, com desdobramentos que se estenderão para muito além da passagem deste dilúvio.
É dever do poder público socorrer a população em situações como a atual. Para que tenha sentido, é preciso ir além da simbologia e de anúncios de apoio futuro. É preciso dar uma resposta com a efetividade que a urgência exige.
Como disse em entrevista à coluna dada ao colega Rafael Vigna o coordenador do núcleo de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, ações são mais necessárias do que sobrevoos. Foi em outubro passado, quando a ação federal demorava a chegar depois da tragédia de setembro.
A maior urgência ainda é o resgate, dificultado pela destruição de estradas e pontes e pela chuva persistente que dificulta os voos mais importantes: os destinados a içar pessoas ilhadas onde nenhum outro meio de socorro consegue chegar.
Mas a ação necessária, ali adiante, para recuperar a infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul vai precisar ter toda a potência de um PAC, com a eficiência que o programa até hoje ainda não demonstrou. A enxurrada encontrou terrenos já fragilizados por episódios de chuva anterior - e essa é uma circunstância que terá de ser levada em conta na reconstrução.
Enquanto o Estado constata, chocado, como a mudança climática pode ser destruidora, a lentidão burocrática e a disputa política travam a criação da Força Nacional de Defesa Civil (FNDC), destinada à prevenção de desastres naturais e à assistência a populações atingidas.
Para lembrar: para a urgência dos próximos dias e para a reconstrução nos seguintes, será necessária toda a ajuda disponível e mobilizável, por menor que seja. Se for grande, melhor ainda. Se puder, por favor, contribua. Saiba como clicando aqui.