Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Efeito da incerteza
Análise

Presidente do BC não garante mais nem único corte de juro que estava prometido

Roberto Campos Neto afirma que para manter "caminho usual", seria preciso reduzir risco no horizonte  

Marta Sfredo

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Sem dizer muito, mas o suficiente, como costumam fazer pessoas no seu lugar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez  subir no telhado até o "prometido" corte de 0,5 ponto percentual no juro básico na reunião de 8 de maio

Em conferência em Washington, ao ser convidado a traçar cenários para as próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), disse que as incertezas internacionais e fiscais aumentaram muito para permitir que o Copom mantenha a sinalização.

Segundo Campos Neto, para seguir o "caminho usual", ou seja, manter o corte de 10,75% para 10,25%, seria preciso que houvesse "redução na incerteza". Mesmo que ainda faltem três semanas para a próxima decisão do Copom, é difícil antever essa condição. 

Caso a incerteza se mantenha elevada - aparentemente, o cenário mais provável -, seria possível fazer o corte, mas com "redução no ritmo". Isso significa que seria uma poda simbólica, de 10,75% para 10,50%.

O presidente do BC ainda apontou duas situações possíveis até 8 de maio: uma em que em que "a incerteza começa a afetar mais fortemente importantes variáveis (como preços de petróleo e combustíveis, por exemplo)", o que exigiria mudança no chamado "balanço de riscos" do Copom. Se a hipótese anterior já implicava "redução no ritmo" e não é possível cortar menos de 0,25 ponto percentual, a dedução é de que isso significaria manutenção do juro em 10,75%.

Já está bem ruim, não? Mas fica pior. Ainda há uma quarta suposição, a de que a incerteza possa provocar "estresse global, e nesse caso vamos mudar o nosso cenário global", disse Campos Neto. A coluna prefere nem especular qual seria a consequência para o juro básico -até porque esse cenário deve incluir ampliação do conflito no Oriente Médio, o que traria desdobramentos ainda mais dramáticos - mas é fácil de projetar o que seria mais grave do que a manutenção.

Resumo da ópera: tudo pode acontecer na próxima reunião do Copom.

Leia mais na coluna de Marta Sfredo

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