Há menos de dois anos - quando ainda se chamava BSBios -, a Be8 (pronuncia-se bieith) comprou a MP Biodiesel, que funciona em Domdidier, na Suíça. Foi parte da estratégia em investir em negócios sustentáveis e se tornar uma das três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo.
Nesta sexta-feira (19), depois de participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, visitou as instalações da Be8 Suíça no Cantão de Friburgo. Considerou a experiência interessante por abastecer veículos com até 100% de biocombustível (B100).
Em nota, a empresa relatou que o ministro destacou o fato de um subproduto (óleo de cozinha usado) virar combustível sustentável, que abastece totalmente um veículo de transporte pesado. Na visão de Silveira, isso "reforça todas as potencialidades brasileiras no campo da produção de biocombustíveis".
A empresa gaúcha já tinha uma subsidiária comercial na Suíça desde 2017.
Da frigideira para o tanque
A unidade suíça usa apenas óleo de cozinha usado, a maior parte de canola, e em menor proporção, de girassol, como matéria-prima de biodiesel. Conforme a empresa, o biodiesel produzido na Suíça tem maior qualidade do que o feito no Brasil por ter ponto de entupimento a frio em 20ºC negativos. No Brasil, o biodiesel "endurece" com 5ºC negativos. Na Suíça, a mistura mínima do biocombustível ao diesel fóssil é de 7%.
A MP Biodiesel foi fundada em 2005 por dois fazendeiros que cultivavam canola, Müller Hans e Pellaux Jean-Luc. Cada um tem metade da participação na MP Biodiesel e administram o empreendimento. A empresa tem um faturamento anual estimado em R$ 45 milhões, é 100% automatizada e tem capacidade para produzir 5,6 milhões de litros de biodiesel por ano.
Como parte do acordo, os proprietários apoiarão a transição por um período de dois anos. A planta fica no Cantão de Friburgo, a 121 quilômetros da BSBios Switzerland, em Genebra. A estrutura física tem cerca de 1,5 mil metros quadrados em área total de 3.236 metros quadrados.