A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (18), operação para investigar denúncias de corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro na prefeitura de Parobé, no Vale do Paranhana.
São cumpridas 41 ordens judiciais. Há mandados de busca na casa do prefeito, Diego Picucha (PDT) e em prédios públicos do município, inclusive na prefeitura.
Intitulada Operação Confraria, a ofensiva apura suposto esquema que envolve empresários, políticos, agentes públicos e criminosos ligados a uma facção com base no Vale do Sinos. Foi solicitado, também, o bloqueio de 33 imóveis e de 59 veículos.
Conforme a Polícia Civil, entre os alvos estão empresas contratadas pelo poder público e agentes ligados à administração municipal.
De acordo com a investigação, grandes contratos foram direcionados a grupos específicos, sem o devido processo licitatório, beneficiando empresas relacionadas a aliados políticos e familiares dos gestores públicos.
O esquema investigado
Segundo a apuração, o esquema envolveria a manipulação de processos licitatórios, com uso de "laranjas" na gestão de empresas, aquisição de bens, como imóveis e veículos. Incluiu, ainda, retribuição a criminosos que auxiliaram na campanha eleitoral, seja por meio de nomeação a cargos públicos, seja por destinação de bens e valores.
Esses recursos seriam empregados para ocultar a origem ilícita dos valores, caracterizando crimes de lavagem de dinheiro.
A operação
Pelo Ministério Público, a investigação é conduzida pela promotora de Justiça Letícia Elsner Pacheco, sob a coordenação do procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador da Procuradoria da Função Penal Originária (PFPO).
Pela Polícia Civil, a apuração é conduzida pelo delegado Filipe Bringhenti, pela diretora do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Vanessa Pitrez, e pelo diretor da Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Deic, delegado Cassiano Cabral.