Conhecido por ter projetado o ex-governador de São Paulo João Doria, o Lide - o "nome completo" é Grupo de Lideranças Empresariais - começa neste ano uma nova fase no Sul: presidente em Santa Catarina desde 2020, Delton Batista, assume também o comando gaúcho.
Um dos objetivos, disse o dirigente à coluna, é permitir troca de melhores práticas dos dois Estados no "novo ciclo de desenvolvimento regional", com foco em governança corporativa, social e ambiental (ESG), inovação e internacionalização.
E o ano já embute novidades: vai abrir ainda neste mês a Casa Lide Gramado, que receberá fóruns de debates com líderes empresariais e políticos no hotel Wish Serrano, resultado de parceria com o Grupo Wish.
Outra é a parceria com o South Summit Brazil Porto Alegre para aproximar grandes empresas brasileiras do evento, com ênfase em inovação e ESG como temas estratégicos para o desenvolvimento das organizações. Uma das ações será uma palestra do CEO no Brasil da multinacional de origem chinesa GWM, Oswaldo Ramos.
Segundo Batista, o convite a Ramos não tem na mira apenas o momento de consolidação da China como fabricante de veículos elétricos e maior exportadora mundial de carros:
— Queremos chamar atenção, sobretudo, às mudanças que já ocorreram e mostram que o futuro está na economia verde, segmento para o qual o Brasil tem vocação.
Indagado pela coluna a respeito da desconfiança no meio empresarial gaúcho sobre o atual governo, expressa nos balanços e perspectivas feitos no final do ano passado, Batista afirmou que a visão do Lide não é essa:
— Temos um olhar próprio e muito cuidado com as profecias autorrealizáveis. É claro que o ambiente influencia, pode acelerar ou desacelerar setores. Mas a crença do Lide é de que os líderes são os capazes de focar no seu cenário. Se ficar querendo provar que as coisas não vão dar certo, aumenta o risco de colher resultados ruins. O olhar das empresas do Lide é de otimismo cauteloso, apostando em líderes proativos.
Nascido na cidade do Rio, Batista fala com sotaque típico de Florianópolis, onde viveu por 30 anos. Diz que, agora, pode ser chamado de "catarinense" porque recebeu cidadania honorária. Economista, foi executivo da Brasil Telecom e da RBS.