Parecia tudo pronto para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciasse uma solução para a desoneração da folha de pagamento, mas a expectativa não se confirmou.
Pacheco vai esperar até fevereiro para consolidar o acordo que vinha sendo costurado: devolução da MP e substituição por projeto de lei com a mesma proposta do governo, o que garantiria a manutenção da tributação diferenciada ao longo deste ano.0
Como a medida provisória anunciada por Haddad sob a justificativa de que se trata de custo tributário só muda as regras a partir de abril, sua manutenção por mais alguns dias não tem impacto efetivo nas empresas, a não ser o prolongamento do suspense que cerca o assunto.
Pacheco argumentou que pretende consultar mais líderes e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de conversar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Como Haddad está em férias, a versão que predomina em Brasília é de que o presidente do Senado aguardaria sua volta para encaminhar o acordo.
Mesmo para Haddad, que construiu uma relação respeitosa com o Congresso, pegou mal o envio da MP depois que os parlamentares derrubaram o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por sua vez, para o ministro havia sido uma batalha convencer o presidente a tomar essa decisão, porque Lula valoriza as propriedades de manutenção de empregos atribuídas à desoneração, questionadas por economistas focados em ajuste fiscal.
O que é déficit zero e por que é importante
A meta de déficit zero adotada pelo Brasil é um compromisso relacionado ao chamado "resultado primário", Isso quer dizer que o governo não vai gastar mais do que arrecada, sem considerar as despesas com a dívida pública. Significa que, ao não comprometer recursos que não tem (o que significa, na prática, gastar mais do que arrecada), não vai aumentar a dívida do Brasil. Ter déficit zero representa disposição de não elevar o já pesado endividamento público. Quanto maior a dívida, maior seu custo, o que dificulta a redução do juro.