No dia 17, começa a operar a maior usina de reciclagem do Estado, em São Leopoldo. É uma unidade pioneira da CRVR, que responde pelo tratamento de 73% dos resíduos coletados no Rio Grande do Sul. E é a primeira de uma série: a empresa pretende implantar ao menos outras cinco - uma a cada ano -, disse à coluna o diretor-presidente, Leomyr Girondi.
Além da unidade semiautomatizada de triagem, a Unidade de Valorização Sustentável (UVS) de São Leopoldo também terá uma usina térmica abastecida a biogás proveniente dos resíduos, com investimento total de R$ 27 milhões e criação de 80 vagas.
A CRVR é uma empresa focada em tratamento e reaproveitamento de resíduos que atua no Estado há 10 anos. A sua maior unidade é a de Minas do Leão, onde aproveitou as escavações feitas na extração de carvão para criar um aterro sanitário. Atende a 318 dos 497 dos municípios do Estado e encaminha, a cada dia, nada menos de 6,5 mil toneladas de material dispensado. Tem UVS ainda em Capela de Santana, Giruá, Santa Maria, Victor Graeff e um transbordo em Tramandaí.
Só a unidade de São Leopoldo recebe todos os dia mil toneladas de lixo proveniente de 58 municípios. Com a instalação da usina de reciclagem, projeta que ao menos 40 mil quilos ao dia sejam separados e tratado para retornar à cadeira produtiva. A termelétrica terá capacidade para gerar 1 megawatt (MW), o suficiente para abastecer cerca de 15 mil habitantes.
— Estudamos uma forma de automatizar o processo para ganhar velocidade e reduzir a exposição de pessoas a atividades insalubres, e definimos que um processo semiautomático seria o melhor para os padrões do lixo do Brasil, que ainda tem muita mistura entre material orgânico e reciclável. Assim, obtemos melhorias e preservamos empregos — relata Girondi.
Um dos próximos passos será instalar uma estrutura semelhante em Minas do Leão, quatro vezes maios do que a unidade de São Leopoldo, ajustando o grau de automatização também conforme a disponibilidade de mão de obra em cada local. Em São Paulo, a CRVR já tem uma linha de reciclagem 100% automatizada.
Conforme Girondi, a CRVR deixou de chamar suas instalações de "aterros sanitários" porque se transformaram em muito mais do que isso. Além de dispor resíduos de forma segura e controlada, a empresa gera energia e até créditos de carbono, graças à destruição de metano, o que ocorre a partir de queima controlada, destinada especificamente para isso. A cada 150 metros cúbicos de metano eliminados, a empresa gera um crédito de carbono, que negocia com empresas que precisam neutralizar emissões.