A recuperação dos shoppings de Porto Alegre passa por uma expansão pouco usual: a das grifes internacionais. No dia em que a Iguatemi apresentou seus resultados nacionais do segundo trimestre, com vendas totais de R$ 4,3 bilhões, 56% acima de igual período do ano passado e 30,2% acima do valor de abril a junho de 2019, portanto antes da pandemia, a coluna conversou com o novo vice-presidente comercial da rede, Thiago Coelho.
Entre outras novidades, Coelho relatou que a Dolce & Gabbana vai dobrar de tamanho no Iguatemi Porto Alegre, que se prepara para receber também a primeira unidade da Armani Exchange na capital gaúcha, uma linha mais casual da cobiçada grife italiana.
Ainda está prevista uma loja da Nike em seu novo modelo internacional, que só tem igual, até agora, em Seul, na Coreia do Sul.
— Temos mais nove contratos para entregar aqui — avisa o executivo.
Na avaliação de Coelho, o espaço ocupado pelas grifes internacionais tem influência das mudanças provocadas pela pandemia, tanto a convivência do varejo físico e digital quanto a redução forçada das viagens ao Exterior. Quem tem poder aquisitivo para comprar lá fora passou a adquirir sem sair do país.
A coluna quis saber como essas marcas globais são atraídas para o mercado nacional, e o executivo detalhou que existe uma empresa no grupo, chamada i-Retail (pronuncia-se "i" de Iguatemi, apesar da palavra em inglês que se segue, que significa "varejo"), destinada exclusivamente a essa função.
— Essa unidade olha para as marcas internacionais que fazem sentido para o nosso público, mesmo as que ainda não querem entrar no Brasil. Mostramos os atrativos e oferecemos a possibilidade de, por meio dessa empresa, operar o negócio para eles aqui. Algumas, depois de um tempo, pedem para gerir diretamente essa unidades. Aí a gente devolve a eles — detalha Coelho.
Segundo Coelho, os bons resultados de vendas neste ano para os lojistas da rede permitiram ao Iguatemi repassar integralmente o repasse de IGP-M dos contratos de locação. Diante da surpresa da coluna, afirmou que o aumento da receita fez o custo de ocupação cair abaixo do que era em 2021.