Como a proposta da seção Pequenos Negócios, Grandes Passeios é "passar o dia", desta vez a proposta é um programa duplo: Restaurante e Armazém Wazlawick e Parque Pedras do Silêncio, ambos na Linha Brasil, em Nova Petrópolis.
Bem pertinho um do outro, também permitem combinar uma boa refeição com uma oportunidade de queimar calorias.
Por onde começar depende do estilo de cada um, a coluna prefere comer primeiro, gastar depois. Aberto em setembro de 2018, o Wazlawick só abre aos sábados e domingos, entre 11h30min e 14h30min, e serve o que chama de "rodízio à inglesa" — uma espécie de menu degustação circulante em ordem aleatória, explica Rafael Wazlawick, um dos sócios do restaurante. Parece bastantão? Nada disso. Cada prato é preparado como se fosse único, preservando o sabor.
Além da comida, a história do casarão de 1911 que abriga hoje o restaurante é uma atração e uma referência. A casa construída pela família Wazlawick já foi um hospital e um salão de baile. Detalhe: ao mesmo tempo, detalha Rafael. Os pacientes ficaram no andar de cima, e os bailes diurnos ocorriam no andar de baixo. Algumas das estruturas metálicas das camas foram transformadas em mesas. Parece estranho? Veja as fotos acima: ficou muito adequado. Se mesmo assim alguém tem prurido em "sentar à cama" para comer, não tem problema: várias das mesas usadas já nasceram com essa finalidade, ou seja, são "normais".
Até 2018, o que funcionava no local era mesmo um armazém de secos e molhados, desses que vende fiado, relata Rafael. Da observação de que turistas gostavam da casa e apreciavam o espaço, veio a ideia de transformar em restaurante. Ninguém da família tinha experiência em gastronomia, a não ser as horas passadas com a mãe, de origem italiana e já falecida, na cozinha. Rafael usou o que havia aprendido trabalhando 10 anos em hotelaria, convenceu o irmão, que preferia o armazém, chamou um arquiteto e abriu as portas.
— Começamos de maneira muito discreta, porque assim poderíamos aprender com o dia a dia. Queríamos começar de forma gradativa, para que o movimento fosse ascendente. Deu certo.
O Wazlawick tem ainda um espaço externo com direito à sombra de uma jaboticabeira e outras espécies de árvores. E prepara novidades: entre junho e julho, pretende abrir uma casa de chá com biscoiteria na casa ao lado, que era usada pela família como moradia e é ainda mais antiga do que o prédio de 1911.
— É um projeto muito bacana. Em vez de copiar o que já existe, fomos ver o que falta e buscar novas oportunidades.
Bem, a coluna começou o relato pelo restaurante, então agora segue para o parque, que fica a apenas 700 metros (se a ênfase for em queimar calorias, dá pra ir a pé). O Pedras do Silêncio tem a proposta de expor esculturas. Guardadas as proporções — físicas e artísticas —, é uma espécie de Inhotim gaúcho. Só a área verde em que se situa já valeria a visita, mas há muito a aprender por lá.
— A ideia surgiu da intenção de abrir um atrativo turístico na região. Sempre fui apaixonado por história, conheci um escultor e foi como uma luz que vem na cabeça da gente. Tive a ideia de montar um parque de esculturas que contasse a história da imigração germânica nessa área relata Valmor Heckler, proprietário do Pedras do Silêncio.
O parque começou a funcionar em 2014. Segundo Heckler, a pandemia provocou forte impacto, mas no segundo semestre de 2021 o movimento voltou aos níveis de 2019. Agora, o Pedras do Silêncio está oferecendo uma nova experiência: piqueniques, que devem ser agendados com no mínimo 24 horas de antecedência, pelo telefone 54.99994-9995, que também atende pelo WhatsApp. Fica aberto todos os dias, das 9h30min às 18h, e o ingresso custa R$ 30,60.
Esta seção inclui experiências acumuladas ao longo da pandemia e sugestões de leitores. Quem quiser indicar pequenos negócios que se tornam grandes passeios pelas atrações que oferecem, pode enviar pelo e-mail marta.sfredo@zerohora.com.br ou deixar aqui nos comentários. A coluna agradece.
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