Apesar da melhora relativa nas contas públicas, o Rio Grande do Sul caiu mais um posto no Ranking de Competitividade dos Estados, desta vez de oitavo para nono.
Na ferramenta de avaliação e comparação de desempenho elaborada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), há tanto surpresas positivas, como a boa classificação em parâmetros ambientais, quanto negativas, como a perda de posições em eficiência da máquina pública.
No resultado geral, São Paulo manteve a liderança e Santa Catarina sustentou a segunda posição. O Paraná voltou para o quarto lugar, como em 2018. Os resultados estão sendo apresentados nesta quinta-feira (30), com participação do governador Eduardo Leite.
Entre as surpresas positivas, estão o avanço para o primeiro lugar em inovação, especialmente depois de o Estado ter caído uma posição em ranking específico dessa área, como a coluna relatou. Dados os indicadores já conhecidos pelos gaúchos, a ascensão do nono para o sétimo lugar em segurança pública não é uma surpresa, mas um movimento positivo.
Entre as negativas, a mais impactante é o o tombo de nove postos no indicador "potencial de mercado", conforme os organizadores do ranking baseado essencialmente na variação do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a mais inesperada é a piora da segunda para a quarta posição em "eficiência da máquina pública", diante das reformas levadas a cabo pelo governo Leite.
Segundo Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, a coleta de dados para elaboração do ranking vai até julho. Não capta, portanto, redução de passivos ou entrada de recursos com a privatização de CEEE-D e CEEE-T. Cepeda acompanha as mudanças no Estado, mas pondera:
– O impacto das reformas que o Rio Grande do Sul tem feito não vai ser sentido agora. Mas há um pequeno movimento, no indicador de solidez fiscal, em que o Estado deixou de ser o último para ser o 26º. É o primeiro sinal de que as mudanças podem dar algum resultado, mas os maiores efeitos virão em cinco ou 10 anos.
Cepeda observou que houve mudanças no ranking, que aumentou de 73 para 86 o número de dados observados, especialmente para avaliar melhor o pilar de sustentabilidade ambiental, que passa a ser um dos focos do levantamento sobre competitividade. Os bons resultados gaúchos deram ao Estado o maior salto positivo na edição deste ano, de sete posições, de 13ª para 6ª. Mas o técnico também faz uma advertência: nos microdados do indicador "eficiência da máquina pública", o que fez o Rio Grande do Sul perder postos foi o equilíbrio de gênero: em emprego – ou seja, na proporção entre homens e mulheres no serviço público estadual – o Estado ficou em 23º lugar. Em remuneração, portanto em equidade salarial, ficou em 18º.
As posições do RS
Inovação: 1º
Sustentabilidade social: 4º
Eficiência da máquina pública: 4º
Sustentabilidade ambiental: 6º
Segurança pública: 7º
Educação: 9º
Infraestrutura: 16º
Capital humano: 21º
Potencial de mercado: 26º
Solidez fiscal: 26º
O ranking de competitividade da CLP
1. São Paulo: 84,9
2. Santa Catarina: 80,7
3. Distrito Federal: 73,8
4. Paraná: 72,3
5. Espírito Santo: 60,8
6. Mato Grosso do Sul: 60,3
7. Mato Grosso: 56,4
8. Minas Gerais: 55,4
9. Rio Grande do Sul: 55,2
10. Goiás: 49
11. Amazonas: 45.1
12. Ceará: 45
13. Alagoas: 44,5
14. Paraíba: 43,6
15. Pernambuco: 42,5
16. Rondônia: 42,2
17. Rio de Janeiro: 41
18. Bahia: 37,9
19. Tocantins: 37,4
20. Piauí: 35,3
21. Sergipe: 35,2
22. Rio Grande do Norte: 35
23. Maranhão: 33,2
24. Amapá: 33,2
25. Pará: 31,2
26. Acre: 29,5
27. Roraima: 27,6
O que é o ranking
O Ranking de Competitividades dos Estados é realizado há 10 anos pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Na edição 2021, as 27 unidades federativas foram avaliadas a partir de 86 indicadores distribuídos em 10 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. Tem parceria técnica de Tendências e Seall, além de apoio de B3, Bank of América, CCR, Lemman, Houer e Patri.